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Líder da Renamo considera “mau” o estado da nação

O líder interino da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, Ossufo Momade, considerou hoje “mau o estado da nação”, rebatendo a avaliação feita pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, de que o país está “estável” e que “inspira confiança”.

“Para os moçambicanos e na visão da Renamo, o estado da nação é mau”, disse Ossufo Momade, falando hoje para a comunicação social em Maputo através de teleconferência, a partir da serra da Gorongosa, centro de Moçambique, onde reside atualmente.

Para o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), a falta de esclarecimento judicial sobre os contornos dos empréstimos secretamente avalizados pelo Governo e de responsabilização dos autores do caso, e a ausência de medidas concretas para acabar com os ataques armados no norte de Moçambique foram uma grande mancha na governação do ano prestes a findar.

“A Frelimo e o seu Governo não estão interessados em promover a paz e a reconciliação nacional”, declarou o líder interino da Renamo.

O sistema judicial, prosseguiu, mostra-se forte para o cidadão comum e fraco para os dirigentes e amigos da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

“Uma grande percentagem das nossas crianças ainda sofre de desnutrição aguda e temos milhares de crianças a estudar debaixo de árvores e sentadas no chão”, acrescentou o líder da Renamo.

Ossufo Momade apontou que o acesso à energia continua a ser uma miragem para a maioria dos moçambicanos e o custo de vida está cada vez mais insuportável, agravado pelas dívidas inconstitucionais e ilegais.

Na quarta-feira da semana passada, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu no parlamento que o país está “estável” e que voltou à rota do crescimento e prosperidade, depois de ter entrado em crise económica e política em 2016.

“Podemos afirmar, com segurança, que o estado da Nação é estável e que nos inspira confiança”, declarou Filipe Nyusi, falando na Assembleia da República sobre a situação geral da nação de 2018.

Segundo Nyusi, a grande conquista deste ano foi o alcance da estabilidade política e social, que permitiu que o país se concentrasse na atividade económica.

“Essa estabilidade permitiu que se lançasse a retoma da nossa economia”, enfatizou, durante um discurso que se prolongou por cerca de duas horas.

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