Economia

Leite está mais barato porque os russos não podem comprar

leite O leite está mais barato, cerca de 15 por cento, face a 2013. Os países que mais produzem têm excedentes para escoar, a China não está tão interessada como antes e a Rússia não pode comprar devido ao embargo. “2015 será o ano de todas as incógnitas”, avisa Paulo Costa Leite.

O preço do leite está mais barato, em cerca de 15 por cento, do que o registado no final do ano passado. Até março, a tendência era de alta, mas as mudanças registadas no comércio externo forçaram um ajustamento em baixa.

Os países que mais produzem, com os EUA, a Austrália e a Nova Zelândia, lidaram este ano com um aumento da oferta, enquanto a procura descia no principal mercado, a gigantesca China.

A isto se junta o embargo decretado à Rússia, que tem prejudicado a indústria portuguesa de lacticínios.

“A pressão da oferta interna, num espaço em que o preço do leite varia cerca de 50 por cento entre Estados membros, condicionará a evolução dos preços em 2015”, antecipou Paulo Costa Leite, diretor-geral da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios.

Numa resposta por escrito a algumas questões enviadas pela agência Lusa, o responsável acrescentou que “2015 será o ano de todas as incógnitas”.

Ao longo do segundo semestre deste ano, segundo Paulo Costa Leite, ocorreram “alguns factos relevantes” que “não deixarão de afetar profundamente o sector a nível comunitário e mesmo mundial”, com destaque para o embargo à Federação Russa e o arrefecimento da procura por parte do mercado chinês.

“O consumo interno de produtos lácteos está estagnado e nalguns segmentos mesmo a decrescer”, adicionou o dirigente, explicando que a indústria não conseguiu refletir “o impacto destas oscilações da matéria-prima nas condições de venda à distribuição”.

Para piorar, a indústria não consegue prever a evolução dos preços em 2015, mas ficou o alerta: “Será dramático se estes condicionalismos vierem a resultar num nivelamento por baixo”.

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