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Jornal fecha portas após homicídio de jornalista (com vídeo)

“Adiós” é a capa do jornal mexicano Norte de Ciudad Juárez. Uma palavra em destaque com duplo significado: é o adeus a uma jornalista morta a tiro e o fim do projeto, por não estar garantida segurança “para exercer um jornalismo isento e crítico”. O periódico dedicava-se à investigação de tráfico de droga. Veja o vídeo.

Um “Adiós” em letras garrafais e uma carta assinada pelo diretor, Oscar Cantu Murgia, marcam o fim de uma publicação mexicana, depois da morte de mais uma jornalista. O último número saiu neste domingo e marca a despedida aos leitores e homenageia a repórter Miroslava Breach Velducea, que foi morta a tiro, na cidade de Chihuahua.

Ao lado do corpo da jornalista, uma pequena nota que ‘justifica’ (perdoe-se o termo) o crime: os assassinos consideraram que Miroslava “falou demais”.

O Norte de Ciudad Juárez contava 27 anos. Fecha as portas por considerar que não há condições de segurança para exercer jornalismo de forma livre.

O diretor, Oscar Cantu Murgia, escreve uma carta aos leitores, onde explica que tomou a decisão de fechar o diário por considerar que não estão garantidas as condições de segurança para a prática de “um jornalismo isento e crítico”.

A versão em papel chega ao fim, a edição online está com os dias contados, com futuro incerto.

Miroslava Breach Velducea é a terceira jornalista a ser morta, desde o passado mês de março. No início desse mês, Cecilio Pineda foi morto a tiro no sul do México. Duas semanas mais tarde morre também Ricardo Monlui Cabrera, assassinado ao lado do filho e da mulher.

Entre 2000 e 2016, registaram-se 99 assassinatos de jornalistas, no México.

Veja o vídeo:

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