O ‘supremo líder’ da Coreia do Norte, Kim Jong-un, revelou que o país já tem uma bomba de hidrogénio. Se já é habitual o discurso sobre armas nucleares, a revelação sobre a ‘bomba H’ é inédita. Mas o mundo desconfia e não acredita que os norte-coreanos tenham a tecnologia necessária.

A garantia de Kim Jong-un foi feita através de um comunicado citado pela agência estatal de notícias, a KCNA: a Coreia do Norte tem uma bomba de hidrogénio.

Segundo as palavras do ‘supremo líder’, o país “converteu-se num poderoso estado, possuidor de armas nucleares capazes de detonar de forma autossuficiente uma bomba atómica e também uma bomba H para defender eficazmente a soberania e dignidade da nação”.

O texto da KCNA não tardou a ser reproduzido pelas agências noticiosas de todo o mundo. Já por várias vezes Kim Jong-un, de 32 anos, afirmou que a Coreia tem armas nucleares, mas nunca se tinha referido a uma ‘bomba H’.

Do outro lado da fronteira, a revelação causou apreensão: afinal, a bomba de hidrogénio multiplica por milhares o efeito devastador de uma bomba nuclear como as que o EUA despejou sobre Hiroshima e Nagasaki na II Guerra Mundial.

Insistindo que é a primeira vez que Pyongyang se refere à bomba de hidrogénio, vários especialistas da Coreia do Sul, citados pela agência Yonhap, manifestaram sérias dúvidas quanto à capacidade do vizinho do Norte ter a tecnologia para desenvolver tal arma.

Porém, o local escolhido para a ‘revelação’ também não ajuda a desfazer as dúvidas. Kim Jong-un referiu-se à ‘bomba H’ durante uma visita ao Sítio Revolucionário de Phyongchon, o mesmo local na capital (Pyongyang) onde, há 60 anos, foi instalada a primeira fábrica de munições norte-coreana.

Quanto às bombas nucleares, é público que a Coreia do Norte já realizou três testes (em 2006, 2009 e 2013) que demonstraram um elevado desenvolvimento tecnológico: falta apurar é se o país tem capacidade para instalar os engenhos nas ogivas dos mísseis.