O empresário Joe Berardo revela que existe um “saco azul” na Fundação Centro Cultural de Belém, queixa-se de falta de apoios e sugere uma fusão entre duas fundações: a sua e a do CCB. A Fundação CCB já desmentiu a existência de qualquer ilegalidade. O madeirense não tem dinheiro para pagar salários de setembro.
“Além do saco azul, a Fundação do Centro Cultural de Belém tem uma lista de onde investiu e não está investido em Portugal. É quase tudo no estrangeiro”, acusa Joe Berardo, em declarações à agência Lusa.
Este alegado ‘saco azul’ é quantificado: “São cerca de oito milhões de euros, investidos em coisas americanas e brasileiras”. O empresário queixa-se de “injustiças” relativamente à sua fundação e reclama mais apoios.
Diz Berardo que uma fusão das duas fundações – a sua e a do CCB traria benefícios, “se pretendem poupar nas despesas das fundações” e se “querem continuar a dispor de fundos para dar seguimento à obra cultural”.
As acusações prosseguem, em direção ao Estado, que “não pagou as verbas acordadas” em protocolo, o que deixa Berardo “sem dinheiro para pagar os salários deste mês”.
“Consegui que as pessoas ajudassem a fundação sem remuneração. Mas na Fundação do CCB há uma remuneração só para o Conselho de Administração de quase 300 mil euros, fora carros e despesas. É uma mina de ouro”, acusa o empresário, à Lusa.
Fundação CCB nega ilegalidades
A Fundação CCB já reagiu às palavras do empresário, desmentindo estas acusações e negando a existência de qualquer saco azul.
“As aplicações financeiras estão discriminadas no Relatório e Contas da Fundação relativo ao ano de 2010, que é público e foi auditado por diversas entidades, aprovado pelo Conselho Diretivo e apresentado ao Ministério da Cultura, nos termos estatutários”, revela a nota.
