Tecnologia

Japão extrai gás do “gelo que arde”, o hidrato de metano, e o próximo sonho é a exploração comercial

O feito foi realizado numa exploração ao largo da península de Astumi, a cerca de 50 quilómetros da costa centro-sul do país, mas os objetivos foram de imediato alargados. “Queremos dar fiabilidade às tecnologias, com o objectivo de se chegar a uma exploração comercial”, sublinhou o ministro da Indústria, Toshimitsu Motegi, citado pela AFP.

O Japão tem investido no estudo deste recurso desde 2001 e a descoberta não podia ter vindo em melhor altura: depois do acidente de Fukushima, o país desligou quase todas as centrais nucleares, obrigando a um aumento da fatura a pagar pela importação de fontes energéticas. Só em 2012, os nipónicos compraram no exterior cerca de 87 milhões de toneladas de gás natural.

Segundo as previsões do consórcio que gere a exploração mineira (Japan Oil, Gas and Metal Corporation), as reservas existentes na região garantem um abastecimento de gás natural para 11 anos.

A extração de gás a partir do ‘gelo’ é o terceiro sucesso da investigação, que em 2002 testou com sucesso uma tecnologia de extração à base da circulação de água quente e, em 2008, uma tecnologia de despressurização. A diferença é que esses dois testes foram realizados em permafost no Canadá, sendo a primeira vez que se consegue extrair gás a partir de reservas localizadas no leito do oceano.

Essa será, aliás, a principal vantagem deste novo método, pois abre a porta à exploração comercial das reservas oceânicas.

Os hidratos de metano são, a par do gás e petróleo de xisto, os combustíveis fósseis que tentam ocupar um lugar num mercado dominado pelos ‘tradicionais’, o petróleo e o carvão.

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