São vários os sentimentos de quem trabalha na restauração ao se saber que a taxa de IVA vai continuar no máximo, de acordo com a proposta de Orçamento de Estado. Os 23 por cento deixam a AHRESP “estupefacta, desiludida, indignada e revoltada”.

Quatro adjetivos bastam para a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) explicar o sentimento face à manutenção do IVA na taxa máxima – 23 por cento – para o setor, como indica a proposta de Orçamento de Estado para 2014 apresentada ao Parlamento: “estupefacta, desiludida, indignada e revoltada”.

“A Direcção da AHRESP, em nome das dezenas de milhares de empresas e das centenas de milhares de trabalhadores, do nosso sector de actividade, manifesta a sua estupefacção, desilusão, indignação e revolta por o Governo não ter seguido as recomendações do Grupo de Trabalho Interministerial, e da Comissão Europeia, mantendo este iníquo imposto na taxa máxima de 23 por cento, que é a nossa vergonha internacional”, salienta a associação, num comunicado ontem distribuído.

A manutenção do IVA foi “uma péssima decisão que não deixará de ter as piores consequências”. Para tentar evitar que a taxa continue no máximo, a associação decidiu “convocar com caráter de urgência o Conselho Consultivo Nacional para, em reunião extraordinária, analisar a situação e deliberar sobre as adequadas formas de luta”.

“O ano de 2014 será um ano de luto para todos, especialmente para os empresários, para os trabalhadores, para o turismo e para o crescimento da economia, pelo que saberemos exigir ao teimoso Governo que nos devolva a sobrevivência, e a dignidade”, refere a AHRESP, na mesma nota.

Enquanto o IVA se mantém na taxa máxima para o setor, o IRC poderá descer em 2014. A medida, contudo, não terá influência na restauração: no entender da associação, “só apoia e incentiva os agentes financeiros, e as empresas de bens e serviços não transacionáveis”.