O cientista português realça que, se não fosse o apoio de privados, este instituto – uma referência na investigação da área oncológica, responsável por um sexto da produção científica da Universidade do Porto – estaria numa situação de desespero. Por outro lado, o Ipatimup presta serviço na área oncológica, na investigação de doenças pré-cancerosas.
“Estamos a substituir o Estado. E isto não pode continuar. Em 2012, foi o melhor ano do Instituto, com prémios, 30 mil exames para o exterior, miúdos fora de série, somos citados em todo o mundo”, assinala ainda Sobrinho Simões, que lamenta a falta de sensibilidade do Estado.
O Ipatimup, com sede no Porto, nasceu há 24 anos e tornou-se numa das grandes instituições nacionais na área da investigação. Apesar do prestígio, que advém dos grandes avanços científicos conseguido graças aos trabalhos daquele instituto, a perda de apoios agrava-se a cada ano que passa, atingindo os 15 por cento, em 2013.
Este instituto conta com os apoios da Gulbenkian, da Liga Portuguesa Contra o Cancro e da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento, entre algumas outras entidades que asseguram a subsistência de uma unidade de referência. Mais de 25 empresas nacionais e internacionais subsidiaram o Ipatimup, nos últimos sete anos.
O Governo reduziu as verbas a transferir para a Fundação de Ciência e Tecnologia, o que se repercute numa perda da capacidade de investigação do Ipatimup e de outras unidades de investigação sobre o cancro em Portugal.