A escritora J. K. Rowling contribuiu com 1,2 milhões de euros para a campanha pelo ‘Não’ à independência da Escócia. Enquanto não chega 18 de setembro, o dia do referendo sobre a independência, os famosos dividem-se entre a continuidade ou não no Reino Unido.
A Escócia tem de dizer ‘Não’ à independência e manter-se no Reino Unido, defendeu a escritora J. K. Rowling.
Mas a autora que deu vida a ‘Harry Potter’ não se limitou a dizer como vai votar no referendo de 18 de setembro, quando os escoceses forem decidir nas urnas se querem ou não ser independentes: J. K. Rowling doou 1,2 milhões de euros à campanha pelo ‘Não’.
“Quanto mais me informo sobre esta questão, a partir de variadas fontes imparciais, mais chego à conclusão que, embora a independência nos possa dar algumas oportunidades, também acarreta sérios riscos”, justificou a escritora, através de uma nota divulgada no site pessoal.
J. K. Rowling é a mais recente personalidade da Escócia a posicionar-se num dos lados deste duelo. Tal como ela, o músico Rod Stewart discorda da independência, lembrando que o Reino está Unido há mais de três séculos: “odiaria ver a União quebrar-se depois de tantos anos”.
O ex-treinador Alex Ferguson não hesitou em chutar pelo ‘Não’: “se alguma vez na história da Escócia houve um momento para se ter cuidado com o que se faz, esse momento é agora. Este referendo é apenas uma distração para o que realmente importa, como a economia, o emprego, as escolas e os hospitais”.
União de 307 anos
Susan Boyle, a cantora que o Youtube ajudou a lançar (após participar no concurso ‘Britains Got Talent’, em 2009), também se manifestou como “uma escocesa orgulhosa, mas não nacionalista”.
Contudo, por cada famoso que se manifesta contra a independência, outro se levanta contra a manutenção no Reino Unido. Um dos primeiros a pronunciar-se publicamente foi o ator Sean Connery, que não poderá votar no referendo por residir nos EUA.
Já um dos mais famosos James Bond, o actor escocês Sean Connery, mostrou-se a favor da independência. Numa entrevista em Março de 2014 à revista New Statesman reconheceu que
“Esta é uma oportunidade única e boa demais para ser perdida”, justificou o ‘James Bond’, numa entrevista em que se afirmou “como escocês e como alguém que ao longo da vida sempre amou a Escócia e as artes”.
Outro escritor, Irvine Welsh, opôs-se a J. K. Rowling e declarou-se “totalmente a favor da independência”.
“O que devíamos era estar a discutir o processo como se vai realizar o referendo, não o princípio em si porque esse é inquestionável”, justificou o autor, entre outras obras conhecidas, de ‘Trainspotting’.
Recuperar o carácter
Brian Cox, ator laureado com um Emmy em 2001, o voto no ‘Sim’ justifica-se “não por causa da libra ou de algo do género, mas sim para voltar aos princípios igualitários tão presentes no carácter escocês”.
Quem vive do humor, como Billy Connolly, defende o ‘Sim’ para promover o ‘Não’. Com ironia, explica que os contribuintes deve pagar ao maior número de governantes possível: “é tempo das pessoas se unirem e não se separarem”.