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Hospital de Torres Vedras: Salários em atraso levam a única oncologista a pedir a demissão

medico 210medico bigA única oncologista no Hospital de Torres Vedras apresentou a demissão pela segunda vez em dois meses. Com salários em atraso, Conceição Cocco acusa a administração de seguir princípios “economicistas e pouco éticos” ao recusar tratar doentes com cancro.

Em risco de perder doentes para Lisboa e com remunerações em atraso, a única médica especialista em oncologia no Hospital de Torres Vedras (HTV) ameaça ‘bater com a porta’. Pela segunda vez nos últimos dois meses, Conceição Cocco apresentou a carta de demissão, baseada no facto de ter remunerações em atraso.

Para a médica, mais importante do que receber “o salário a horas” é ter serviço: Conceição Cocco acusa a administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) de, por critérios “economicistas e pouco éticos”, recusar o tratamento a doentes com cancro.

“Mantenho a minha disponibilidade, desde que receba o salário a horas e que não sejam recusados doentes que foram operados nos hospitais em Lisboa”, garantiu a especialista, em declarações à Lusa, argumentando terem sido esses os argumentos que apresentou nas duas cartas de demissão que já enviou.

Salientando nunca ter recebido uma resposta da administração a essas cartas, a oncologista assegura que o HTV estará a recusar atender doentes com cancro que foram operados nos hospitais de Lisboa, calculando uma média de recusas entre os seis a oito pacientes por ano. No entender de Conceição Cocco, bastaria “um acerto de contas” entre as unidades de saúde (em relação aos tratamentos) para evitar que um paciente tenha de “andar quilómetros” só para ser atendido em Lisboa.

O motivo invocado para a demissão é, contudo, o não pagamento atempado das remunerações. A médica frisa ter salários em atraso ainda de 2012: setembro de 2011 e partes do ano passado terão sido liquidadas em “encontro de contas”, com o Centro Hospitalar de Lisboa Central, mas alegados motivos burocrático têm impedido a profissional de receber as remunerações restantes de 2012.

À Lusa, Conceição Cocco afirmou que ainda se mantém a dívida em relação ao ano em curso.

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