Quatro em cada dez portugueses sofrem de hipertensão, mas a maioria desconhece que tem a doença. Por outro lado, 20 por cento dos hipertensos conta menos de 35 anos. Estudos que analisam o Continente e Regiões Autónomas revelam ainda que os açorianos são os mais atentos.
Um conjunto de estudos realizados em Portugal demonstra que há uma enorme quantidade de hipertensos (40 por cento). Porém, outro dado agrava a preocupação dos técnicos de saúde: somente 60 por cento sabe que tem hipertensão.
Outras percentagens geram preocupações: apenas 39 por cento estão a ser acompanhados e 12 por cento têm a doença controlada. A Região Autónoma dos Açores é aquela onde se verifica maior controlo sobre os hipertensos, ao nível do tratamento (60 por cento) e do controlo (35).
O bom exemplo dos Açores pode ser explicado com a proximidade entre médico de família e doente. Facilmente explicável é também o facto de 20 por cento dos hipertensos ter menos de 35 anos: alimentação inadequada gera obesidade e diabetes (doenças com ligação direta à hipertensão).
Estes dados – divulgados um dia depois de se assinalar o Dia Nacional do Doente com AVC – resultam de uma investigação compilada no livro ‘Prevalência, Tratamento e Controlo da Hipertensão’, da autoria do cardiologista Mário Espiga de Macedo.
Em declarações à Lusa, Espiga de Macedo realça que a percentagem de prevalência de hipertensos “é elevada”, tal como sucede em países como Inglaterra, Alemanha ou Espanha.
No entanto, apesar da hipertensão ter níveis semelhantes a outros países europeus, Portugal regista uma taxa de desconhecimento muito superior.
A hipertensão é responsável por doenças cardíacas e também uma das causas do Acidente Vascular Cerebral, que mata dois portugueses por hora.
