Os Sapadores de Lisboa marcaram uma greve de 24 horas para quinta-feira, dia de Santo António e das marchas. Os bombeiros “estão indignados com a inércia a que os executivos camarários têm votado o regimento”. Só haverá socorro em caso de “incêndio ou acidente grave”.
No próximo dia 12, em Lisboa vai haver casamentos de Santo António, marchas populares e muita festividade, mas não vai haver Sapadores Bombeiros de Lisboa. A corporação marcou uma greve de 24 horas para protestar contra o contínuo “desinvestimento” da autarquia.
O comunicado do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) aponta mesmo o dedo a António Costa, o autarca que atualmente ‘batalha’ com António José Seguro pela liderança do PS.
“Os Sapadores Bombeiros de Lisboa estão indignados com a inércia a que os executivos camarários, liderados pelo dr. António Costa há já uma dezena de anos, têm votado o regimento”, refere o texto do comunicado.
Como exemplo do “constante desinvestimento” nos meios da corporação, os sapadores indicam o “número de operacionais insuficientes”, o “estado lamentável” dos equipamentos de proteção individual, a inexistência de fardamento, o número reduzido de viaturas de socorro e quartéis a precisar de obras, entre outros exemplos.
A greve foi convocada apesar do recente anúncio, por parte da Câmara de Lisboa, de que está a ser preparado um concurso para a admissão de 50 novos sapadores.
“Esses 50 só estarão operacionais daqui a dois anos”, salientou Vítor Reis, do STML, citado pela Lusa, reforçando: “não resolvem os problemas. E esta nossa reivindicação já tem anos”.
Durante as 24 horas da greve, os sapadores só vão efetuar os serviços mínimos: “se houver um incêndio ou um acidente grave, eles vão. Mas arrombar portas, resgatar animais ou acudir a pequenas inundações domésticas, não”.
O anúncio da greve surge horas depois da corporação ter respondido a uma ocorrência na Rua Maria, com um incêndio que obrigou à evacuação de quatro pessoas.