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Greve dos professores: Nuno Crato admite recorrer à requisição civil e lembra que “há jurisprudência”

“Estamos dispostos a toda a negociação, mas este tipo de atitude, que é tomar como reféns os nossos alunos, é algo com que não se deve brincar. Esta greve não beneficia os professores e potencialmente prejudica os alunos”, insistiu o governante, com “a certeza absoluta de que há muitos professores, neste momento, que estão a sentir-se divididos”.

Nuno Crato acrescentou que é já em setembro que os professores passam a cumprir as 40 horas semanais de trabalho, um dos argumentos com que os sindicatos justificam a greve, assegurando que a carga letiva mantém-se “do ano passado para este ano”. Sobre o outro principal motivo para a greve, o ministro disse estar “convicto de que não haverá nem um professor em mobilidade especial”.

“Crato não está acima da lei”

A entrevista já gerou reações. Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), salientou que a lei não permite a requisição civil: “era preciso que o senhor ministro Nuno Crato pudesse explicar como é que pode fazer requisição civil de professores, que não é permitida por lei. Portanto, não há outra reação”.

“É uma impossibilidade legal e penso que o ministro Nuno Crato não está acima da lei”, criticou o dirigente sindical, quando questionado pela Antena 1, complementando: “eles sabem que apresentar as propostas no final de maio e no início de junho fazem pressão sobre os professores para que não lutem contra elas, porque é uma altura sensível do ano. Eles sabem que sempre fizeram isso. Eles sabem que não vão fazer mais”.

Mário Nogueira negou ainda que os alunos sejam “reféns” deste confronto, como alegara Nuno Crato: “não há ninguém, mas é que ninguém, que tenha mais respeito pelos alunos dos que os seus professores”. E devolveu a acusação, afirmando (à Lusa) que é o Ministério da Educação que “está a transformar os alunos em escudos, ao ter marcado para esta altura as negociações”.

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