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Grécia: mais austeridade no Parlamento, mais confrontos nas ruas, mais uma greve geral

grecia praca syntagmaO novo pacote de austeridade foi aprovado pelo Parlamento grego, para garantir o descongelamento dos 31,2 mil milhões de euros do apoio externo suspenso há cinco meses. O povo respondeu nas ruas, primeiro com violência, depois com o anúncio de mais uma greve geral.

O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, conseguiu ver aprovado no Parlamento o pacote de austeridade que implica cortes de 18,1 mil milhões de euros até 2016. O plano é uma exigência da troika para desbloquear o apoio financeiro externo, depois de há cinco meses ter congelado uma transferência de 31,2 mil milhões de euros.

A aprovação de mais uma dose de austeridade não foi fácil. A coligação que sustenta o Governo perdeu um total de 23 votos, entre sete deputados que se recusaram a votar, 15 que se abstiveram e um, do Dimar, que alinhou com a oposição e votou contra. Foram 153 deputados a aprovar mais um pacote de austeridade, apesar dos 128 votos contra. Alexis Tsipras, da coligação de esquerda Syriza, reclamou eleições antecipadas para se poder “salvar o país da destruição e do caos”.

A ‘luz verde’ do Parlamento é “um passo determinante e otimista no sentido da recuperação”, explicou Samaras, que antes da votação pedira aos deputados para “assegurar a permanência do país no euro ou remetê-lo ao isolamento e ao dracma”. Garantida “a nova credibilidade” da Grécia junto dos credores internacionais, o Governo pode agora reclamar os 31,2 mil milhões de euros que estão congelados há cinco meses.

O anúncio de ainda mais austeridade foi respondido, de pronto, pela população que aguardava pelo resultado da votação, em frente ao Parlamento. Na Praça Syntagma, perto de 100 mil gregos exigiam o fim da “política de submissão e de humilhação”, garantindo a “resistência às medidas de miséria” e desfraldando bandeiras dos países mais afetados: Grécia, Portugal, Espanha e Itália.

Confirmada a aprovação do plano defendido por Samaras, não demoraram a surgir os confrontos. Após o arremesso de pedras e ‘cocktails molotov’, a polícia antimotim interveio com canhões de água, gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento. Do povo concentrado na Praça Syntagma saiu, em especial, a decisão de realizar uma nova greve geral, paralisando o país por 48 horas. Será a terceira do Governo de Antonis Samaras.

O primeiro-ministro conseguiu fazer aprovar o plano que prevê cortes na despesa do Estado até 18,1 mil milhões de euros, o alargamento da idade de reforma até aos 67 anos, a flexibilização da legislação laboral, um aumento dos impostos, a dispensa de milhares de funcionários públicos e redução em 27 por cento dos vencimentos dos altos quadros do Estado.

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