Economia

Governo discute ajuda externa em reunião de emergência

Ministro das Finanças revela que Portugal vai ter de pedir ajuda externa e o Governo reuniu de emergência, concluindo que a solução é recorrer à Comissão Europeia, em “nome do interesse nacional”. José Sócrates e Teixeira dos Santos acusam PSD de ter “empurrado irresponsavelmente” o país para uma situação incomportável, que “poderia ter sido evitada”. Cavaco Silva também é chamado pelo Governo, neste processo que implica uma concertação entre forças políticas.

O Governo reuniu de emergência, horas depois de Teixeira dos Santos ter anunciado que o país não conseguiria evitar o resgate externo. Desse encontro do executivo resultou a estratégia para um recurso à Comissão Europeia.

Dois dias depois de José Sócrates ter prometido “todos os esforços do Governo” para evitar a ajuda, Teixeira dos Santos revela que Portugal não tem capacidade de se financiar e terá de recorrer a um resgate.

O ministro das Finanças explicou, em entrevista ao Jornal de Negócios, que o país está numa “situação difícil”, que obriga a “recorrer a mecanismos disponíveis no quadro europeu”. Fica confirmado um cenário que se previa, mas que o Governo tentava evitar a todo o custo.

Agora, o Governo exige o “envolvimento das forças e instituições políticas nacionais”, numa referência a toda a oposição, mas também à Presidência da República. Teixeira dos Santos não citou o nome de Cavaco Silva, mas foi bem explícito quando falou em “instituições políticas”.

Não obstante estas dificuldades que enfrenta, Portugal “honrará os compromissos financeiros”, garante Teixeira dos Santos, ainda que assuma uma “deterioração” nos mercados “provocada pelo chumbo do PEC”.

O titular da pasta das Finanças culpa o PSD e Passos Coelho desta situação “complicada” em que o país se encontra. Segundo o ministro, Portugal foi “irresponsavelmente empurrado” para um caminho sem retorno.

Já o líder parlamentar do PS dera a entender que seria difícil escapar a este pedido de resgate. Francisco Assis antecipou o cenário que Teixeira dos Santos confirma agora: ajuda iminente, com necessidade de todas as forças políticas chegarem a um entendimento.

A notícia do pedido de ajuda de Portugal já corre o mundo e deverá acentuar a instabilidade nos mercados, num país assombrado com as dúvidas das agências de notação.

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