Economia

Google arrisca multa de 6000 milhões: Bruxelas estuda acusação por abuso

Google Não há dúvidas de que o Google tem uma posição dominante, mas faltam as provas de que abusa dela. De acordo com o The Wall Street Journal, a Comissão Europeia está a ‘recomendar’ às empresas concorrentes que publicitem as denúncias para abrir um processo. A eventual multa pode chegar aos 6000 milhões de euros.

O Google arrisca-se a pagar uma multa de 6000 milhões de euros por abuso de posição dominante. A revelação é feita no The Wall Street Journal, que se baseia nas recentes medidas tomadas pela Comissão Europeia.

De acordo com o prestigiado jornal norte-americano, Bruxelas estará a ‘recomendar’ às (muitas) empresas que têm denunciado um abuso de posição dominante por parte do Google para divulgarem as informações que basearam essas queixas, uma vez que esses dados são confidenciais.

Ora, na conclusão do The Wall Street Journal, se a Comissão pede isso é porque está a preparar um ‘ataque em grande escala’ contra o gigante tecnológico norte-americano.

Será o culminar de cinco anos de investigação, ainda segundo o jornal norte-americano, sobre alegados abusos do Google na hierarquização dos resultados (é de recordar que a empresa ‘nasceu’ como um motor de pesquisa), nomeadamente através da colocação de publicidade paga e de ligações para serviços próprios, em prejuízo das empresas listadas (e que mais descem nos resultados quanto mais a concorrência pagar).

Basta ver que, na lista de empresas a quem Bruxelas está a ‘sugerir’ que publicitem as informações, há gigantes como a Microsoft, a Nokia e até o TripAdvisor.

Vários peritos, citados pelo The Wall Street Journal, asseguram que este procedimento da Comissão Europeia é um primeiro passo para a abertura do maior processo anti-concorrencial na União Europeia.

A confirmar-se a multa, prevista para 6000 milhões de dólares (dez por cento das receitas totais anuais), o Google irá pagar mais do triplo do atual recorde: os 1700 milhões de euros em multas pagos pela Microsoft.

Durante a anterior Comissão, presidida por Durão Barroso, o titular da pasta para a concorrência, o espanhol Joaquin Almunia, tentou por três vezes chegar a um acordo com o Google, mas sem sucesso.

A nova comissária europeia, a dinamarquesa Margrethe Vestager, terá agora de dar sequência a um trabalho iniciado em 2010.

O último relatório da Comissão Europeia sobre o assunto data de 2013 e referia que o Google abusa da posição dominante no mercado europeu de buscas online, onde tem uma quota de 90 por cento.

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