O G7 reuniu de emergência para impedir a Rússia de participar no G8. É um sinal, por parte dos países mais industrializados, do isolamento russo após a anexação da Crimeia. “Reafirmamos que as ações da Rússia terão consequências significativas”, salientou o G7.
O G7, grupo dos países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido), reuniu de emergência para suspender a participação da Rússia no G8, o grupo formado pelo G7 mais… A Rússia.
Com esta decisão, as sete potências industriais querem transmitir um sinal de força e união na condenação à anexação, por parte da Rússia, de um território ucraniano: a península da Crimeia.
“Hoje, reafirmamos que as ações da Rússia terão consequências significativas. A clara violação da lei internacional é um sério desafio ao Estado de direito em todo o mundo e deveria ser uma preocupação para todas as nações”, refere o G7, num comunicado após a reunião dos dirigentes políticos, na Holanda.
O encontro, que durou cerca de hora e meia, foi convocado de emergência para discutir a crise na Crimeia. A maioria da comunidade internacional pretende ‘castigar’ a Rússia pela anexação da península, mas a aplicação de sanções (como económicas) é um dossiê complexo dada a dependendência de países europeus, como a Alemanha, face ao gás russo (cujos oleodutos atravessam a Ucrânia).
Da reunião saiu a ameaça de sanções económicas mais severas se o Presidente russo, Vladimir Putin, não “mudar a atitude” em relação à Crimeia.
Uma ameaça que surge após a Rússia ter consolidado o domínio da península, com a captura das bases militares e navios de guerra da Ucrânia na Crimeia e após o Governo interino da Ucrânia ter mandado as tropas retirar para o território continental.
Ao suspender a participação da Rússia no G8, o G7 pretende reunir o G8 sem a Rússia em Bruxelas, a ‘casa’ de uma União Europeia que assinou um contrato de associação com a Ucrânia.
Essa reunião do G8 (ainda com os russos) estava prevista para Sochi, a cidade russa que acolheu recentemente os Jogos Olímpicos de inverno.
Enquanto o G7 reunia na Holanda, o mesmo país acolhia uma cimeira inesperada: a reunião do ministro da Defesa russo, Serguei Lavrov, com o homólogo ucraniano.
Foi a primeira reunião bilateral desde que a Rússia começou a posicionar as tropas junto à fronteira com a Ucrânia, há quase um mês.
À margem desse encontro, Serguei Lavrov desvalorizou a suspensão da participação da Rússia no G8. Para o país de Putin, é apenas “um clube informal” e existem mais fóruns internacionais onde a Rússia pode estabelecer parcerias económicas com outros países.
“Se os nossos parceiros ocidentais acreditam que tal formato não é mais necessário, que assim seja. Não estamos agarrados a esse formato e não vemos um grande problema se esses encontros não acontecerem por um ano, um ano e meio”, afirmou o ministro da Defesa russo.