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Freitas quer imposto especial para “tubarões” e defende que Governo deve “explicação ao país”

freitas amaralFundador CDS e antigo ministro defendeu em entrevista à RTP um imposto especial sobre aqueles que apelida de “tubarões” – pessoas com rendimentos elevados. Freitas do Amaral disse ainda que a receita da troika “tem efeito recessivo” e acusa Vítor Gaspar de “estar calado desde maio”, quando “deveria dar explicações ao país”.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do executivo de Sócrates e dirigente político disparou em direção ao Governo de Passos Coelho, em toda a linha, nesta entrevista à RTP, onde traçou um quadro sobre o presente e o futuro de Portugal. Freitas do Amaral não concorda com a “receita da troika” e vê o país numa espiral recessiva que se pode tornar incontrolável.

Freitas do Amaral defendeu uma nova política social, que proteja os mais desfavorecidos, com impostos sobre pessoas com rendimentos elevados. São os chamados “tubarões”, que devem ser, segundo Freitas, obrigados a prestar apoio a quem mais precisa.

“Uma pessoa que ganha mais que 15 mil euros é privilegiada. Os que ganham 50 são muito privilegiados. E os que ganham 200 mil euros mensais – porque os há – são os tubarões. Devia haver, por parte do Governo, um imposto, uma tributação especialmente pesada sobre essas pessoas”, defendeu, nesta entrevista à RTP.

De acordo com o histórico político, “existe um velho princípio que consta da civilização ocidental e da doutrina cristã que é ‘dos que podem aos que precisam’”. Nesse sentido, sustenta Freitas do Amaral, uma vez que “há muita gente a precisar de ajuda e há muita gente a não dar aquilo que pode”, o executivo de Passos Coelho deve tomar medidas fiscais que incidam apenas nas grandes fortunas.

“É preciso o Imposto sobre Património, previsto na Constituição, e um pacote de medidas que permita a uma justiça fiscal, por uma questão ética”, acrescentou.

E numa análise ao desempenho do Governo e à mais do que provável derrapagem nas contas públicas, Freitas entende que “só se pode fazer uma avaliação correta quando se conhecer a execução orçamental”. Contudo, o antigo ministro do Governo de Sócrates salienta que “está a acontecer o mesmo que na Grécia”. Ou seja, “a receita da troika não é boa”.

“O Governo e a troika estão perante este problema: vamos continuar com o mesmo plano, apesar de estar a verificar-se um efeito recessivo com o qual não contávamos, ou vamos ajustar esse plano?”, questiona Freitas.

Instado a apresentar uma solução, Freitas do Amaral entende que há diversas soluções, desde “dar-se mais tempo para cumprir o plano” da troika, ou “diminuir taxas de juro”, bem como “outras medidas”.

E mais uma vez o executivo de Passos Coelho é alvo de crítica, personalizada em Vítor Gaspar, por não falar ao país e explicar que soluções encontra o ministro das Finanças para os problemas acrescidos que Portugal vai ter de enfrentar.

“O Governo não se explica bem o que faz, o que tem de fazer. O ministro das Finanças está calado desde maio, enquanto em todos os países democráticos Europeus os ministros falam todas as semanas… Há um défice de explicação ao país”, salientou Freitas do Amaral.

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