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FMI dececiona Manuela Ferreira Leite, que acusa Governo de ver no memorando “uma Bíblia”

manuela ferreira leiteDuras críticas de Manuela Ferreira Leite ao Governo e ao FMI (pelo relatório relativo às oitava e nona avaliações). A antiga ministra das Finanças realça, no seu comentário na TVI24, que o país “não tem um projeto político”, por culpa de um Governo que vê no memorando “uma Bíblia”.

Nem os sinais ténues de retoma – como o fim da recessão técnica – evitam que Manuela Ferreira Leite critique o Governo, acusado de não ter um projeto político para o País. A antiga ministra não olha o futuro com otimismo, porque Portugal está a ser alvo de políticas “desajustadas”.

“A maioria faz um discurso que dá a sensação que tem como Bíblia o memorando da troika”, diz Ferreira Leite, no comentário semanal que assina na TVI24, no programa Política Mesmo.

E não são as entidades internacionais, como FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, que têm o papel de definir aquele projeto político. Os partidos têm de se entender. E o PS também tem responsabilidade neste capítulo.

Mas não é apenas a maioria que merece crítica. Manuela Ferreira Leite considera que o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) relativo às oitava e nona avaliações é “dececionante” e que “já era altura de o FMI fazer ‘mea culpa’ das consequências negativas” das políticas que definiu neste programa de assistência.

Manuela Ferreira Leite alerta para as consequências de novos cortes, previstos naquele relatório, na ordem dos 3400 milhões de euros, até 2016. O período pós-troika não tem o crescimento económico como base, o que deixa Portugal numa situação difícil.

“Se eu baixo os salários, há uma quebra da procura interna. E isso é uma fonte de desemprego”, lembra a ex-ministra das Finanças, que vê o Governo ‘agarrado’ a um programa de assistência que não provoca crescimento económico nem combate o desemprego.

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