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Finlândia tem Portugal nas mãos e pode chumbar ajuda

Finlândia vai a eleições no dia 17 e, por isso, há um cenário de indefinição quanto às decisões do futuro governo e instituições do país, onde os resgates têm de ser aprovados no parlamento. Vozes contra não param de crescer: Finlândia, Eslováquia, Holanda e Alemanha são focos de contestação.

A Finlândia é o único país da Zona Euro onde os empréstimos de resgate têm de ser ratificados em parlamento e nesse sentido o futuro de Portugal está nas mãos desta nação.

Numa altura em que os partidos eurocéticos ganham poder nas sondagens e que essas mesmas sondagens indicam que metade dos finlandeses está contra o resgate, os 80 mil milhões de euros destinados a apoiar Portugal podem ficar em risco.

“A situação está a complicar-se. Tenho viajado o país, passei por 14 cidades nas últimas semanas, e a maioria das pessoas considera errado ajudar Portugal, que devemos deixar o país ir à falência”, afirmou à Reuters o conselheiro do Ministro das Finanças, Martti Salmi.

A 17 de abril, os finlandeses vão a votos, para escolher um novo governo, o que vai determinar a estratégia do país no Ecofin, que se realiza um mês depois (a 16 de maio), e que exige unanimidade por parte de todos os 17 países da Zona Euro.

Isto significa que o apoio de 80 milhões está dependente de um longo processo que vai atravessar países que se opõem ao resgate. Na Holanda, há partidos contra e na Alemanha um grupo de cidadãos entregou mesmo um pedido de providência cautelar para que o tribunal chumbe esse apoio.

Se a estes factos juntarmos os 48 por cento de finlandeses que se afirmam contra, facilmente se conclui que há ainda um longo caminho até ao encerramento do capítulo da ajuda a Portugal.

No entanto, um ‘chumbo’ finlandês pode não significar, necessariamente, o fim do processo, já que o pacote de resgate provém de três entidades: FMI, Comissão Europeia e Fundo Europeu de Estabilização Financeira (é este fundo que cada país pode travar).

“Os finlandeses defendem que Portugal deve reestruturar a sua dívida com a participação de investidores privados. A estabilidade financeira da Zona Euro como um todo está em perigo”, realça Salmi.

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