Nas Notícias

“Estamos a tentar passar um atestado de estupidez aos credores”, diz Ferreira Leite sobre o OE

manuela ferreira leiteAntiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, entende que o Orçamento de Estado não permitirá a Portugal atingir as metas do défice. Ferreira Leite, que participava num seminário, considera que “estamos a tentar passar um atestado de estupidez aos credores”.

“Estamos a tentar passar um atestado de estupidez aos credores, que estão a perceber que não vamos conseguir cumprir”, realçou Manuela Ferreira Leite, num seminário promovido pelo jornal Dinheiro Vivo, no qual se discutiu o Orçamento de Estado.

Segundo a antiga ministra das Finanças, com este orçamento, Portugal não conseguirá atingir as metas do défice. “Não vai ser possível cumprir a consolidação acordada com a troika dentro do prazo definido”, defendeu Ferreira Leite.

Para a social-democrata, o processo de consolidação das contas públicas “poderia ser menos oneroso e menos pesado” para os contribuintes, até porque, sustenta, o Governo não é capaz de perceber como estará o país depois deste plano de ajustamento das contas públicas.

“Estas medidas inscritas no Orçamento não são suficientes para atingir os 4,5 por cento”, defendeu Manuela Ferreira Leite, que acha a proposta inexequível. “Como é que vai estar o País depois da consolidação? Alguém consegue prever?”, questionou, deixando no ar a ideia de que o Governo não mediu as consequências das políticas que está a adotar. “Fazer política é prever o que acontecerá no futuro e evitar cenários perniciosos que vão acontecer”, lembra

No entanto, apesar de discordar da forma como o Governo está a consolidar as contas, Manuela Ferreira Leite defende que Portugal tem de cumprir os acordos estabelecidos.

Ferreira Leite entende, por outro lado, que os fins não justificam os meios e cumprir o défice a todo o custo não pode ser o caminho. “O que é que interessa Portugal não entrar em falência, se no fim vamos estar todos mortos?”, perguntou ainda a ex-líder do PSD, que já por diversas vezes manifestou discordância pelas políticas do Governo de Pedro Passos Coelho.

Em destaque

Subir