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FC Porto apaga a Luz e Benfica vê o título ao fundo de um túnel

fcporto_hulk3Benfica e FC Porto disputaram na Luz um encontro decisivo na corrida para o título, com triunfo forasteiro, que inverteu a lógica. Vítor Pereira arriscou e ganhou o jogo no banco, frente a Jorge Jesus, num clássico sem arbitragem à altura. O Benfica, afinal, não tinha o título preso por detalhes. E manda a cautela aguardar pelo final do campeonato para se perceber se o FC Porto revalida o título.

O mês de fevereiro correu mal ao Benfica e março começa ainda pior, num jogo de erros de arbitragem, de coragem e ‘cobardia’ dos treinadores, de avanços e recuos, com o FC Porto a transformar o Estádio da Luz num inferno para os adeptos da casa.

A história desta partida conta com poucos factos. Desde logo, uma boa entrada do conjunto de Vítor Pereira, o que permitiu ao FC Porto chegar ao golo bem cedo, aos 8 minutos, com um forte remate de Hulk, que fez tremer o Estádio da Luz.

Relevante foi a reação positiva do Benfica, que fez o mais difícil: conseguiu empatar, sem se expor ao perigo de um FC Porto ameaçador no contra-ataque. Jorge Jesus sabia que a fronteira entre o 1-1 e o 0-2 era muito ténue, mas os encarnados tiveram o mérito de transferir para o adversário um problema de difícil resolução.

O empate chegou antes do intervalo e logo no início completa-se a reviravolta, com um protagonista em destaque: Cardozo, autor dos dois golos encarnados. O jogo entrava num capítulo decisivo. Vítor Pereira teria de arriscar. E fê-lo, com coragem.

Jorge Jesus voltou a ser vítima das suas próprias decisões, porque receou o adversário e preferiu defender-se dos perigos, em vez de atacar as lacunas portistas. Precisamente o que Vítor Pereira fez, quando retirou do campo um defesa para explorar o sempre vulnerável lado esquerdo da defesa do Benfica.

A substituição de Vítor Pereira merece ser destacada. O treinador do FC Porto tinha o seu futuro em causa e uma derrota na Luz não seria nada abonatória. Retirou um central, Rolando, mas manteve Maicon em campo. Apostou em James, de novo decisivo. Um coelho tirado da cartola, que fez tremer Jesus e se revelou decisiva.

Se é certo que o treinador do Benfica, em boa verdade, foi condicionado nas suas escolhas com as lesões de Aimar e Garay, não deixa de ser verdade que preferiu encolher-se perantes as forças do adversário, em vez de explorar as fraquezas de uma equipa que tentava o tudo por tudo.

Vítor Pereira acabou por ser premiado pela sua ousadia. O lateral do Benfica Emerson voltou a evidenciar as suas limitações e aqui reside mais um erro de Jesus, que não percebeu que teria de resolver este problema. O jogo foi ganho a partir do banco, mas com um golo irregular, de Maicon, essa espécie de ‘patinho feio’ em que apenas Vítor Pereira parecia acreditar.

Maicon mostrou qualidade. Voltou a provar que o treinador do FC Porto tinha razão. O central polivalente, que marcara na jornada anterior, foi decisivo neste jogo do título, num campeonato que não está decidido, mas que vê um Benfica em muito maus lençóis… Quem diria?

A arbitragem de Pedro Proença não esteve à altura do frenético clássico. Pelos menos dois erros acabam por manchar a atuação do juiz lisboeta: o golo em fora de jogo de Maicon e uma grande penalidade de Cardozo, que toca a bola com a mão dentro da área.

O Benfica, que em meados de fevereiro tinha cinco pontos de vantagem, esteve perto de regressar à liderança isolada, mas acabou por sofrer um golo fatal. Um golo de Maicon, que desfaz a igualdade pontual e coloca o FC Porto com mais três pontos, sendo que, em igualdade pontual, os azuis levam vantagem.

A equipa de Jorge Jesus tem de esperar pelo erro do adversário. O FC Porto voltou a ser feliz no Estádio da Luz. Será que se apagaram as luzes do título para o Benfica? Maicon cavou um fosso de grandes dimensões e Vítor Pereira levou a melho no banco. Mas se este campeonato estivera ‘decidido’ a favor do Benfica, ordena a cautela que não se entreguem as faixas antes do tempo.

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