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Caixa negra do Costa Concordia pode demorar três meses a ‘falar’

costa_concordiaA caixa negra do Costa Concordia, o navio que naufragou ao largo de Itália, pode demorar até três para ‘contar’ como tudo se passou. Até lá, as atenções estarão concentradas na batalha jurídica que hoje começou em Grosseto e que envolve centenas de advogados e consultores.

O teatro de Grosseto, na região italiana da Toscânia, transformou-se numa sala de reuniões onde, a partir de hoje, se vão encontrar centenas de agentes jurídicos para debater as consequências do naufrágio do Costa Concordia, do qual resultaram 32 vítimas mortais. Para além dos muitos sobreviventes e de alguns dos tripulantes, na sessão estarão presentes centenas de advogados e consultores.

Vão ser muitas, muitas horas de “batalhas processuais”, admitiu Francesco Verusio, o procurador italiano que ficou encarregue do caso. Nesta primeira fase serão apreciadas as provas do acidente, mas falta a que será, talvez, a principal: a caixa negra do navio. Francesco Verusio admitiu que a análise pode demorar até três meses a ficar concluída.

A missão mais complicada caberá aos advogados de Francesco Schettino. O capitão do Costa Concordia é considerado o principal responsável pelo naufrágio e enfrenta acusações de homicídio e de abandono do navio, estando em prisão domiciliária. Um dos advogados admitiu que Schettino não compareceu na audiência por “razões de segurança”, o que foi bem encarado pelas vítimas: segundo uma delas, o comandante só diria “mentira atrás de mentira para se desculpar”.

Recorde-se que o acidente ocorreu no dia 13 de janeiro e o Costa Concordia transportava mais de 4000 pessoas, quando embateu numa rocha, junto à ilha de Giglio, que rasgou o casco do navio. Em barcos e a nado, quase todos os passageiros e elementos da tripulação conseguiram escapar.

Um diálogo entre o comandante do navio e a capitania italiana prova que o Francesco Schettino abandonou o barco antes da retirada de todos os passageiros. Schettino não acatou a ordem da capitania: “Comandante, é uma ordem. Volte e coordene o resgate, porque há mortos”. Ao invés, apanhou um táxi e foi para um hotel.

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