As férias podem ser possíveis para os portugueses que saibam gerir os recursos disponíveis. A garantia foi deixada por Passos Coelho, na visita à Bolsa de Turismo de Lisboa. Em jeito de brincadeira, o primeiro-ministro prometeu, numa alusão ao fim da tolerância de ponto no Carnaval, não decretar a proibição do descanso.
Passos Coelho visitou a Bolsa de Turismo de Lisboa, poucos dias volvidos após o fim da tolerância de ponto no Carnaval. A agenda não incluía uma conferência de imprensa, mas o governante não fugiu às perguntas, nem quando uma jornalista o questionou se será possível os portugueses conseguirem tirar férias este ano. “Então a senhora acha que o Governo ia decretar que não houvesse férias?”, respondeu.
A pergunta imediata era inevitável: com que dinheiro, dada a asfixia financeira imposta pela austeridade? “Fazendo uma boa aplicação dos recursos que têm, como é evidente. Quando há menos, tem de se gastar menos, quando há mais tem de se pensar em ficar com algum de lado para os tempos em que há menos. É isso que eu espero que os portugueses também possam fazer”, explicou Passos Coelho.
O fim da tolerância de ponto no Carnaval foi uma das tónicas da visita e até o governante gracejou com a polémica. Quando lhe iam servir espumante, Passos pediu uma pequena quantidade, mas o copo foi cheio. “Está a ver? Foi como no carnaval, ninguém me ligou”, lamentou-se a Jorge Rocha de Matos, presidente da Associação Industrial Portuguesa: “está a ver? Olhe, quase meio copo”.
Durante cerca de duas horas, Passos Coelho circulou pelo Parque das Nações, respondendo a quem o interpelava – como uma professora, que se queixou dos cortes no salário –, tirando fotografias e agradecendo cumprimentos.
