De acordo com um inquérito do INE tornado público nesta quarta-feira, as famílias com crianças dependentes gastam em média mais 10 mil euros do que os agregados sem filhos, que representam cerca de 60 por cento da despesas totais num orçamento.

Qual é o valor que representa o sustento de uma criança no orçamento familiar? O Instituto Nacional de Estatística (INE) fez as contas, através do ‘Inquérito às Despesas das Famílias 2010/2011’, e chegou as dois valores: número total médio e percentagem desse custo no bolo total de gastos de uma família.

Aquele inquérito assinala ainda que a despesa anual média dos agregados com crianças dependentes atingiu os 26 775 euros. Uma vez que a média global não supera os 20 391, verifica-se que famílias com filhos têm despesas 31 por cento superiores à média.

Esta é a comparação à média global. Mas num paralelo entre as famílias com e sem filhos, as diferenças são avassaladoras: um agregados sem crianças despende por ano, em média, 16 704 euros. Este número é 60 por cento do valor médio das famílias com dependentes (aqueles 26 775 euros).

O ‘Inquérito às Despesas das Famílias 2010/2011’ do INE faz uma análise ainda a outro tipo de despesas. Mais de metade do orçamento familiar (57 por cento) é destinado à habitação, alimentação e transportes.

Este estudo do INE aponta uma realidade que é compreensível: os gastos com educação são maiores nas famílias com filhos. Mas o INE vai mais longe e quantifica essa despesa. Ou seja, os agregados com dependentes investem 10 vezes mais nesta parcela do que aqueles que não têm filhos: os primeiros investem 1028 euros enquanto os segundos apenas 102 euros por ano.

Igualmente natural é a diferença de custos no orçamento na parcela do vestuário. Ter filhos implica um gasto de 1189 euros, não os ter permite gerir a imagem com apenas 507 euros por ano.

Já na área da saúde não se notam diferenças significativas. Famílias com filhos têm encargos médios de 1190 euros; agregados sem crianças dependentes despendem 1184 euros.

Curioso é o facto de as famílias portuguesas gastarem mais em hotéis e na restauração do que na saúde e na educação.

Este inquérito do INE foi realizado a partir de uma amostra representativa dos agregados, baseando-se em inquéritos que foram feitos entre os meses de março de 2010 e 2011.