Investigação norte-americana revela que a rede social fatura cada vez menos com os anúncios publicitários da barra lateral direita. Cerca de 80 por cento dos utilizadores não compra nada através do Facebook.
A polémica surgiu aquando da entrada do Facebook em bolsa. Na altura, a rede social foi valorizada em mais de 100 mil milhões de dólares. Porém, logo nos dias imediatamente seguintes à entrada no Nasdaq as ações da plataforma criada por Mark Zuckerberg começaram a cair a pique.
Normalizada a situação, são muitos os analistas que defendem que a rede social foi sobrevalorizada, sobretudo pelos bancos que apoiaram a IPO. Para tal, os mesmos alegam que a plataforma poderá perder a capacidade de gerar receita a médio/longo prazo.
Um estudo norte-americano revelado agora vem aumentar o medo dos investidores. A investigação foi feita pelo Ipsos, uma empresa sediada em França especializada em análises de mercado.
Os resultados referem que oito em cada 10 utilizadores do Facebook não dá qualquer importância aos anúncios na rede social e não fez nem pondera fazer qualquer compra a partir da mesma, ou seja, esta investigação, caso seja levada em conta pelos investidores, revela que muito dinheiro está a ser deitado fora, pelo menos se o investimento for feito com o objetivo de gerar retorno imediato.
Esta realidade pode ter outra justificação relacionada com a usabilidade da Internet. É apelidada de ‘Banner Blindness’ ou ‘Ad Blindness’ (‘cegueira aos anúncios). Basicamente, trata-se de um mecanismo do nosso subconsciente que ignora automaticamente os anúncios de determinado site a partir do momento que conhece bem o mesmo. Por outras palavras, e neste caso, o utilizador já sabe há muito que na barra lateral direita do Facebook são mostrados anúncios, daí que dê automaticamente pouco importância aos mesmos.
Mas há mais. Entre os cerca de mil norte-americanos entrevistados, cerca de 35 por cento afirma que passa menos tempo na rede social do que há seis meses atrás. Apenas 20 por cento
diz passar mais, ou seja, também no tempo de utilização por parte dos utilizadores o Facebook tem vindo a perder.
Criado por Mark Zuckerberg em 2003, o Facebook regista atualmente mais de 900 milhões de perfis.
