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Eutanásia num hospital do SNS: Enfermeiro garante conhecer casos

eutanasia Um enfermeiro com mais de quatro décadas de carreira num hospital do Serviço Nacional de Saúde (SNS) garantiu, em declarações ao Jornal de Notícias, que a eutanásia tem sido praticada há muito tempo. E até explicou como a morte assistida pode ser ‘disfarçada’ de ataque cardíaco.

A eutanásia continua na ordem do dia. Poucos dias após um médico ter revelado que ajudou um amigo a morrer, agora é um enfermeiro a garantir que a morte assistida não só é praticada em unidades do SNS como acontece há já pelo menos quatro décadas.

Um enfermeiro que em 1975 entrou para um hospital central adiantou, em declarações ao Jornal de Notícias, ter presenciado vários casos de eutanásia ao longo destes 40 anos.

A mesma fonte, que se manteve anónima por motivos óbvios, adiantou ainda como é que os médicos podem ‘disfarçar’ o ato: a mais comum, explicou, é injetar ar nas veias, que provoca uma morte indolor (alegadamente…) que pode ser atestada como provocada por um ataque cardíaco.

O testemunho surge dias após um médico, que também optou pelo anonimato, ter revelado ao Expresso que ajudou o “melhor amigo” a morrer.

“Foi muito duro, muito difícil. Mas ele pediu-me e eu fiz”, adiantou o profissional de saúde, referindo-se à eutanásia ‘solicitada’ por um paciente com cancro no pâncreas.

Dias antes, um outro médico, então citado pela Sábado, confirmou ter assistido quatro pacientes em estado terminal no momento da morte.

O caso surge numa altura em que as declarações da bastonária da Ordem dos Enfermeiros provocaram polémica. Ana Rita Cavaco admitiu, numa entrevista à Renascença, que a eutanásia era discutida por médicos, em hospitais do SNS. Entretanto (após o Ministério Público e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde terem anunciado que iam investigar tais declarações) já esclarecer que não foi bem interpretada.

“Não estou a dizer que as pessoas o fazem, estou a dizer que temos de falar sobre essas situações”, explicou-se Ana Rita Cavaco, ao Diário de Notícias.

Em Portugal, a eutanásia está classificada como homicídio a pedido da vítima, de acordo com o Código Penal, e pode ser punida com pena de prisão até três anos.

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