Por um dia, as eleições europeias deixaram de ser o mais importante na campanha eleitoral em curso. O cabeça de lista do PS, Francisco Assis, confirma que “vai descer o Chiado” com José Sócrates, horas depois de Paulo Rangel ter perguntado pela presença do ex-primeiro-ministro.

A campanha eleitoral para o Parlamento Europeu não aborda, hoje, as questões europeias: o debate é sobre a presença de José Sócrates, o primeiro-ministro à data em que Portugal pediu o resgate da troika.

Depois de ontem terem surgido notícias sobre as “dúvidas” quanto à presença do comentador político da RTP na comitiva socialista, nomeamente sobre uma divisão interna quanto aos efeitos dessa presença, o cabeça de lista do PS, Francisco Assis, assumiu hoje que “vai descer o Chiado” com Sócrates.

“Não só gostava de ter como vou ter”, respondeu Assis, quando confrontado se gostaria de contar com o apoio público do ex-primeiro-ministro, durante uma arruada em Santarém.

“José Sócrates, como aliás eu sempre disse, vai participar na campanha, vai estar connosco no último dia da campanha. Vai com certeza descer o Chiado”, garantiu o candidato socialista, referindo-se a um dia em que também estará presente António José Seguro, o secretário-geral do partido.

O cabeça de lista do PS recusa que a presença de Sócrates seja um trunfo para a coligação PSD/CDS: “já contrariámos esse discurso do despesismo. Paulo Rangel acusa agora de praticamente todo o período democrático ser despesista. Confunde investimento, contributo para o desenvolvimento do país, o papel ativo do Estado na promoção da igualdade de oportunidades, da coesão social, do desenvolvimento, confunde tudo isso com despesismo”.

“PS vem a reboque”

A presença de José Sócrates foi confirmada pelo PS a ‘pedido’ do cabeça de lista da coligação Aliança Portugal.

Quase diariamente, Paulo Rangel evocava o ex-primeiro ministro: “José Sócrates ficou de vir à campanha. Ainda não veio, ou já veio? Esta é que é a pergunta a que o PS também vai ter de responder”.

E o PS respondeu, o que levou o cabeça de lista da coligação a referir que “caiu a máscara” aos socialistas, durante uma arruada em Santa Maria da Feira.

Sócrates virá mesmo, mas “só no fim, que é para se ver pouco”, ironizou Paulo Rangel, que ainda espetou uma ‘alfinetada’ sobre o caso: “quando se faz um desafio, o PS vem a reboque no dia seguinte”.