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“Espetáculo” envolvendo Sócrates é “lesivo” para a Democracia, afirma Mário Soares

mario soares Mário Soares abordou a detenção de José Sócrates no artigo de opinião que escreve para o Diário de Notícias. O “espetáculo mediático” da detenção do ex-primeiro-ministro é “lesivo” para a Democracia, em especial devido à violação do segredo de Justiça.

Tal como “todos os democratas”, Mário Soares ficou preocupado com o caso envolvendo José Sócrates: não pela detenção em si, mas pelo “anormal aparato” mediático.

No artigo de opinião que escreve para o Diário de Notícias, o histórico socialista referiu-se ao momento da detenção de um ex-primeiro-ministro como “lesivo” para a Democracia.

“O que foi feito a um ex-primeiro-ministro, com um anormal aparato, fortemente lesivo do segredo de Justiça, não pode passar em vão”, escreveu o antigo Presidente, realçando: “Independentemente do que está em causa e da separação de poderes entre a política e a justiça”.

A principal preocupação de Soares centrou-se no “aparato mediático” que envolveu a detenção de Sócrates em pleno aeroporto.

“No sábado, o país foi confrontado com um acontecimento que deixou todos os democratas preocupados”, referiu.

Também ele um antigo primeiro-ministro, Soares considerou que “não pode passar em vão o espetáculo mediático que a comunicação social tem feito, violando também ela o segredo de Justiça ao revelar factos que era suposto serem conhecidos quando um juiz se pronunciasse, o que não aconteceu”.

Uma expressão transmite a ideia de que o artigo foi escrito quando ainda não eram conhecidas as medidas de coação: recorde-se que José Sócrates ficou em prisão preventiva.

Segundo Soares, ainda não se sabe “se foi a Procuradora-Geral da República quem comandou a polícia” na investigação.

“Dignidade” de Macedo

Mário Soares não atacou apenas o “espetáculo mediático” envolvendo José Sócrates: dedicou ainda várias linhas a um dos alvos prediletos, o Governo.

O histórico socialista destacou a “dignidade” de Miguel Macedo em pedir a demissão, mesmo “contra a vontade” de Passos Coelho.

O elogio foi explicado de seguida: segundo Soares, o primeiro-ministro quer manter os ministros, por piores que sejam, “porque tem enormes dificuldades ou mesmo impossibilidades efetivas de os substituir”.

Sobre o atual Presidente da República, Mário Soares referiu que “nunca quer falar, mas faz sempre o que é conveniente ao Governo, como sucedeu recentemente ao decidir não antecipar as eleições que obviamente o executivo vai perder”.

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