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“Era preferível fechar tudo”, defende Ana Rita Cavaco

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, afirmou que um novo confinamento era “preferível” às medidas em vigor neste estado de emergência para travar a pandemia de covid-19.

No ‘Bom Dia Portugal’, da RTP, a bastonária e antiga conselheira nacional do PSD considerou que “não há camas” (“Temos ventiladores, mas não temos enfermeiros”, justificou) para responder à escalada de casos que se tem registado, pelo que “fechar tudo” seria a melhor opção para evitar os contágios.

“Era preferível fechar tudo 15 dias ou três semanas do que estar a fazer estas medidas que matam as pessoas lentamente em termos económicos”, afirmou Ana Rita Cavaco.

As medidas implementadas nos últimos dias pecam por tardias e pela mensagem contraditória que passam, acrescentou a bastonária.

“Fecha o comércio tradicional, não fecham as grandes superfícies… As pessoas não compreendem estas contradições. Pôde haver 25 de Abril, 1.º de Maio, Avante, Grande Prémio no Algarve, mas agora não podem abrir os restaurantes e o comércio a partir das 13h00, as pessoas não compreendem”, reforçou.

Depois de ontem o primeiro-ministro, António Costa, ter realçado o reforço de camas em cuidados intensivos para doentes covid-19, durante a entrevista à TVI, a ex-conselheira nacional do PSD apontou que “não se podem abrir mais camas sem enfermeiros”, que “já estão a fazer turnos sobre turnos”.

Para mostrar que a capacidade de resposta está “no limite”, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros responsabilizou as autoridades de saúde locais por “uma série de decisões” erradas, procurando “esconder” os problemas.

“Em Penafiel, esconderam o que estava a acontecer. Tiraram os doentes para a visita da senhora ministra, houve uma procissão de ambulâncias”, denunciou.

“Penafiel foi responsável pelo surto de Amarante, porque à medida que foram ficando desesperados transferiram doentes para Amarante sem condições de proteção e foram criar outro surto”, acrescentou a bastonária.

Com os enfermeiros em greve desde ontem, que foi também o primeiro dia do novo estado de emergência, Ana Rita Cavaco garantiu que a Ordem está “solidária com os enfermeiros”.

“Nós compreendemos os motivos pelos quais o sindicato faz a greve”, concluiu.

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