Camiões estacionados à porta da Câmara de Amares em protesto
A sinalização na rua que serve a Bracicla levou um empresário de Amares a ameaçar a Câmara. Enquanto o sentido do trânsito não for alterado, os 12 camiões continuarão a ser estacionados em frente à autarquia.
Em causa está a sinalização municipal na rua que dá acesso à empresa de reciclagem, proibindo a circulação aos camiões entre as 20h00 e as 8h00.
António Veloso, da Bracicla, acusa a Câmara de Amares de perseguição, queixando-se de somar já mais de 3000 euros em coimas.
O caso remonta a 2015, quando os vizinhos apresentaram as primeiras queixas contra o trânsito dos pesados..
“Entretanto, a Câmara pôs na rua um sinal que impede a circulação de camiões no acesso à empresa entre as 20h00 e as 08h00”, queixou-se o empresário.
“Não podemos sair para trabalhar antes das 8h00 nem chegar depois das 20h00, o que é impraticável porque nós operamos em todo o País”, frisou.
A situação tornou-se “insustentável”.
“Foi-nos dito pela Câmara que tudo seria resolvido, que seria feito um acesso alternativo, mas já lá vão dois anos e nada”, garantiu António Veloso.
Enquanto esperam, a GNR aparece “quase todos os dias, a fazer piquetes e a passar multas”.
“Passam a multa de pelo menos 24,96 euros e, somando tudo, já lá vão 3000 euros. Há dias, fui chamado à GNR para ser avisado que os meus motoristas iam ser detidos por desrespeito, porque o volume de coimas era já elevado”, adiantou o empresário.
O responsável entende que a Bracicla está a ser perseguida pela autarquia.
“Não entendo como é que a Câmara nos dá todas as condições e licenças para operar e depois faz isto”, insistiu.
Da parte da autarquia, a explicação é simples: trata-se de matéria “judicial”.
“Há uma decisão judicial que impede os camiões de circular fora daquelas horas naquele local”, precisou Manuel Moreira, presidente da Câmara de Amares.
O autarca assegurou que o problema “nada a ver com a Câmara”.
“Está a ser tratado um acesso alternativo, mas não é da noite para o dia”, salientou.
Cansado de esperar noite e dia, António Veloso resolveu protestar de forma original, mandando estacionar os 12 camiões da empresa em frente à Câmara.
Manuel Moreira não ficou preocupado com a ameaça: “Desde que estejam bem estacionados…”