Mundo

Egito com dois Presidentes: O nomeado, que defende o fim dos “tiranos”, e o eleito, deposto pelas armas

adly mansourx210adly mansourO Egito depôs o Presidente eleito, Mohamed Morsi, e o Tribunal Constitucional nomeou Adly Mansour como chefe de Estado. Na tomada de posse, Mansour prometeu convocar novas eleições e apelou ao fim da “produção de tiranos” num país que precisa de “um futuro melhor”.

O Egito tem, no momento, dois Presidentes. Mohamed Morsi, o primeiro a ser eleito após a queda de Mubarak, foi deposto pelas Forças Armadas e colocado sob prisão domiciliária, enquanto o Tribunal Constitucional (TC) nomeava o próprio presidente, Adly Mansour, como novo Presidente do país.

“Juro preservar o sistema da república, respeitar a Constituição e a lei e defender os interesses do povo”, afirmou Mansour, presidente do TC desde domingo e Presidente do Egito desde ontem.

A nomeação de um chefe de Estado pelo TC tem como finalidade a marcação, pelo nomeado, de novas eleições. “É o único caminho para um futuro melhor”, explicou Mansour, apelando aos egícios para terminarem com “a produção de tiranos” e com o “culto do soberano”.

Está aberto o caminho para o fim da contestação, que nos últimos dias ficou marcada pelos milhões de egípcios a apelarem, nas ruas, à queda de Morsi, eleito pela Irmandade Muçulmana e a quem acusava de pretender islamizar o país, traindo a ‘primavera árabe’ e não resolvendo os problemas económicos do povo. Desde domingo que já morreram cinco pessoas, na sequência de confrontos na rua.

A atuação das Forças Armadas, que depôs o Presidente eleito, foi relembrada por Adly Mansour no discurso da tomada de posse, que elogiou o exército como “a consciência da nação e o garante da sua protecção e segurança”. Foram os militares que deram um ultimato a Morsi: ou saía pelo próprio pé ou seria deposto pelas armas.

Em defesa da democracia, o Presidente nomeado apelou aos egícios para manterem as manifestações.

Em destaque

Subir