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Dois terços dos trabalhadores não escolhe horário, mas tem flexibilidade

O horário de trabalho de quase dois terços da população empregada não é decidido pelo próprio, mas a mesma proporção de trabalhadores diz conseguir ausentar-se facilmente do emprego, por curtos períodos, por motivos pessoais, divulgou hoje o INE.

Segundo os resultados do módulo ‘ad hoc’ do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativo ao segundo trimestre de 2019 sobre a ‘Organização do trabalho e do tempo de trabalho’, “para 64,7 por cento da população empregada o horário de trabalho é decidido pela entidade empregadora, clientes ou disposições legais e não pelo próprio (independentemente de o decidir com ou sem restrições)”, sendo esta percentagem maior nas mulheres (68,4 por cento) do que nos homens (61,1 por cento).

“Não obstante, para 67,6 por cento da população empregada parece ser fácil ou muito fácil ausentar-se, por motivos pessoais ou familiares, do seu local de trabalho por um curto período de tempo – uma ou duas horas – avisando no próprio dia ou na véspera”, acrescenta.

Do inquérito do INE resulta ainda que, para 42,8 por cento da população empregada (46,2 por cento entre os homens e 39,4 por cento entre as mulheres), “é fácil ou muito fácil tirar um ou dois dias de férias planeados com pouca antecedência”, sendo que esta percentagem é mais baixa entre os trabalhadores por conta de outrem, com 39,9 por cento, contra 56,6 por cento nos trabalhadores por conta própria, e desce para os 28,7 por cento entre os trabalhadores com contrato com termo.

Cerca de 63,3 por cento da população empregada indica que altera o seu horário de trabalho diário apenas pontualmente (menos de uma vez por mês ou nunca) devido às exigências do trabalho, dos clientes ou dos superiores hierárquicos, sendo as mulheres quem menos frequentemente tem de o fazer (66,4 por cento, contra 60,2 por cento nos homens).

De acordo com o INE, mais de metade da população empregada (55,3 por cento) refere nunca ter sido contactada profissionalmente fora do horário de trabalho durante os últimos dois meses. Esta situação é reportada mais frequentemente por mulheres (59,7 por cento) do que por homens (50,9 por cento).

Uma percentagem de 28,8 por cento da população empregada afirma “trabalhar sempre, ou muitas vezes, sob pressão de tempo, tendo de terminar tarefas e trabalhos ou tomar decisões dentro de prazos considerados insuficientes”.

Pouco mais de um terço da população empregada (34,1 por cento) afirma ter total ou muita autonomia para decidir a ordem e o modo como executa as suas tarefas ou trabalhos, uma situação reportada por 35,9 por cento dos homens e 32,4 por cento das mulheres, mas 13,5 por cento dos empregados refere ter pouca ou nenhuma autonomia.

Segundo o INE, as instalações da entidade empregadora ou do próprio negócio são o local de trabalho principal para 78,0 por cento da população empregada, percentagem “bastante mais elevada” para as mulheres (87,9 por cento) do que para os homens (68,4 por cento).

Mais de dois terços da população empregada que não trabalha em casa (68,7 por cento) demoram menos de 30 minutos no trajeto de casa para o local de trabalho (66,3 por cento dos homens e 71,1 por cento das mulheres).

Os módulos ‘ad hoc’ correspondem a questionários temáticos, de pequena dimensão, sobre assuntos considerados de interesse para a caracterização do mercado de trabalho e têm por objetivo complementar a informação recolhida através do Inquérito ao Emprego.

Em Portugal, são realizados no segundo trimestre de cada ano e são dirigidos à população residente em todo o território nacional.

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