Família da Amadora esteve 18 anos sem pagar renda e foi surpreendida pelo agente de execução, que tinha uma ordem de despejo. “Eu não acredito nisto”, disse uma moradora. “O senhorio nunca nos contactou”, acusou o chefe de família, que nem tinha o contrato de arrendamento legalizado…
O agente de execução, a advogada do senhorio e dois polícias levaram a cabo a ordem de despejo do Tribunal. Subiram as escadas, bateram à porta e não obtiveram resposta. Procederam ao arrombamento e surge a filha, assustada.
Esta família da Amadora morava naquela casa arrendada e há 18 anos que não pagava renda. O contrato estava em nome do pai do arrendatário e o senhorio não aceitou transferi-lo para o nome do filho – atual morador, juntamente com a restante família: mulher e filha maior de idade.
“Eu não acredito nisto”, disse a mãe. “O senhorio nunca nos contactou. O contrato estava em nome do meu pai, que já morreu, e o senhorio não aceitou transferir o contrato para o meu nome”, acrescentou o chefe de família.
Há três anos, o novo senhorio apresentara uma queixa. A família foi despejada e teve de retirar os bens. Confrontada pela repórter pelas más condições da casa, a moradora mostrou-se conformada. “Há pessoas que estão em pior situação. Eu não sou exigente”, disse. Nem poderia ser exigente, porque 18 anos sem pagar renda não permitem… exigências.
A casa ficou vazia, em três horas. A família foi aconselhada a procurar o apoio da Câmara Municipal da Amadora ou da Segurança Social. O caso foi, no entanto, remetido para a Junta de Freguesia. Neste momento, a família mora na sala de um casal amigo.
