Economia

Desemprego em Portugal sobe para 15,2 por cento em abril, indica Eurostat

desemprego2Autoridade estatística da União Europeia aponta subida da taxa de desemprego em Portugal. Em abril, a taxa tocou os 15,2 por cento, de acordo com o Eurostat, que assinala um aumento do desemprego jovem, dos 35,9 por cento para os 36,6 pontos percentuais. Só Espanha e Grécia apresentam taxas piores.

Os números do desemprego divulgados hoje pelo Eurostat, relativamente a Portugal, não encerram qualquer surpresa, no sentido de aumento que se verifica. A tendência de subida da taxa de desemprego mantém-se e cifrava-se, em abril, nos 15,2 por cento.

O gabinete de estatística da União Europeia divulgou nesta sexta-feira estes dados, relativos ao primeiro trimestre do ano em Portugal. A destacar está mais um aumento no que diz respeito à taxa de desemprego jovem (uma subida de 0,7 por cento, para uns assustadores 36,6 por cento). Ou seja, um em cada três jovens estão (números redondos) à procura de emprego sem sucesso, num mercado de trabalho que tem as portas fechadas.

Outro indicador que suscita reflexão nos dados do desemprego até abril é o facto de o desemprego das mulheres ter subido mais do que o dos homens, durante o primeiro trimestre do ano. As mulheres apresentam uma taxa de 15,5 por cento, enquanto os homens se quedam pelos 15,0 pontos percentuais.

Numa comparação entre os valores tornados públicos hoje pelo Eurostat e os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), conclui-se que há uma diferença: a autoridade estatística da União Europeia aponta 15,2 por cento, mais 0,3 do que os 14,9 pontos percentuais do INE (entre janeiro e março).

E num olhar da realidade em abril, em Portugal, comparativamente com o cenário dos restantes países da Zona Euro e da União Europeia, assinala-se que Portugal coloca-se em terceiro lugar, neste pódio que nenhum país quer pisar.

Segundo o Eurostat, apenas a Espanha (24,3 por cento) e a Grécia (em fevereiro, tinha 21,7 por cento de população sem emprego) apresentam piores registos no que diz respeito à taxa de desemprego. A Letónia, que está fora do projeto da moeda única, mas integra a União dos 27, apresenta exatamente a mesma taxa que Portugal.

A média do desemprego na Zona Euro mantém-se nos 11 por cento (em março, assinalou-se uma revisão em alta de 0,1 por cento e em fevereiro a taxa situava-se nos 10,9 pontos). Há na União Europeia 17,4 milhões de desempregados, o número mais alto de sempre.

A acrescentar a estas taxas colocam-se os desempregados (jovens e não só) que não estão registados em centros de emprego e que, nesse sentido, estão fora das estatísticas do Eurostat. São pessoas que desistiram da procura de emprego.

Também não integram as estatísticas do Eurostat e do INE pessoas que, não tendo emprego, prestam serviços de modo esporádico e durante pouco tempo. Portugal teria uma taxa próxima dos 20 por cento (cerca de um milhão de pessoas) se estes ‘desempregados’ fossem contabilizados de modo oficial.

Sempre que o Eurostat divulga números do desemprego relativos a Portugal, assinala-se um aumento, tendência que deve manter-se nos próximos tempos e que se enquadra nas previsões do Governo.

A contração do consumo está a provocar mais falências e com o fecho de portas da empresa há desemprego. Por outro lado, as empresas que conseguem reagir ao quadro de crise têm dificuldade em contratar. Perspetiva-se que a taxa de desemprego atinja os 16 por cento no próximo ano.

Recentemente, o Governo assumiu que o aumento das taxas de desemprego o grande problema que Portugal enfrenta. E de acordo com dados do Intituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), há em Portugal 7877 agregados familiares em que os dois cônjuges estão desempregados.

Em abril, o número de casais desempregados atingiu níveis históricos, sendo que, em comparação com o mesmo mês de 2011, assinala-se um crescimento de 70,6 por cento.

Os casais desempregados representam 5,1 por cento do total de desempregados, de acordo com o IEFP, que assinala um máximo histórico no mês de abril. Aos 70,6 por cento de aumento nos dados homólogos (relativos aos meses de abril de 2011 e 2012), assinala-se mais 4,3 por cento de casais com os dois cônjuges no desemprego, em comparação com março.

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