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Desastre em Compostela: Maquinista falava ao telefone na altura do descarrilamento

comboio acidente galizia 1https://www.youtube.com/watch?v=g5NyBO75YYc Francisco José Garzón Amo estava à conversa com um funcionário da Renfe, que lhe estaria a dar indicações sobre a próxima viagem. Caixas negras revelam que houve uma travagem forte poucos metros antes da curva fatal.

Um conjunto de fatores, envolvendo erros humanos e sistemas de segurança da linha-férrea inoperacionais, poderá ter estado na origem do descarrilamento do comboio em Santiago de Compostela, na quarta-feira, 24 de julho.

Esta terça-feira foram recolhidos os primeiros dados das caixas negras. As mesmas são idênticas às dos aviões, ou seja, registam o funcionamento do motor, recolhendo dados como velocidade, estado dos travões, entre outras, e todas as conversas ocorridas dentro da cabina dos pilotos, neste caso maquinistas.

As autoridades espanholas revelam desde logo aquilo que foi avançado logo após o acidente. O comboio seguia muito acima da velocidade aconselhada para a zona, mas não a 190. As caixas negras revelam que o descarrilamento aconteceu a uma velocidade de 153 quilómetros por hora.

Sabe-se agora também que, alguns metros antes do acidente, pela zona da saída do túnel, antes da curva fechada, houve uma travagem forte, ou seja, Francisco José Garzón Amo, o maquinista, parece ter-se apercebido, infelizmente tarde, que tinha cometido um erro fatal.

Contudo, a distância para a curva impossibilitava descer a velocidade do comboio ao ponto de a fazer em segurança.

Outro dos dados revelados nas caixas negras é uma conversa que o maquinista estava a ter via rádio. Francisco José Garzón falava, na altura do acidente, com um funcionário da Renfe, empresa responsável pelos caminhos de ferro espanhóis. O maquinista estaria a receber indicações sobre a sua próxima viagem.

Há ainda outro dado que poderá tornar-se relevante para o julgamento do maquinista.

Segundo a empresa que faz a gestão da via onde ocorreu o desastre, a zona tem o sistema de segurança mais avançado disponível em Espanha. Contudo, aquele tipo de comboio não estará preparado para funcionar com esse mesmo.

Recorde-se que esta semana, em tribunal, Francisco José Garzón Amo afirmou que o desastre ocorreu devido a uma enorme distração sua. Atualmente, o maquinista aguarda em liberdade a continuação do julgamento. O espanhol poderá vir a ser condenado por homicídio involuntário de 79 pessoas.

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