O “líder supremo” da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi ontem eleito deputado com 100 por cento dos votos. As eleições para a Assembleia do Povo, que tiveram 100 por cento de participação, incluíram apenas um candidato por circunscrição eleitoral.

Sem surpresa, Kim Jong-un foi ontem eleito deputado à Assembleia do Povo. O “líder supremo” da Coreia do Norte recebeu ‘apenas’ 100 por cento dos votos, numas eleições onde a participação foi de 100 por cento.

Os dados foram hoje avançados pela agência do regime norte-coreano, a KNCA.

O sufrágio para a Assembleia do Povo, realizado de cinco em cinco anos, permite apenas um candidato por circunscrição eleitoral, considerada pelos peritos como o melhor método para controlar o resultado ou detetar indícios de dissidência.

Os candidatos às 687 circunscrições foram designados pela única força política autorizada pelo regime, o Partido dos Trabalhadores da Coreia.

Kim Jong-un concorreu pela circunscrição número 111, referente ao Monte Paektu, considerado sagrado para os norte-coreanos e onde, segundo o regime, nasceu Kim Jong-Il, o “querido líder” e pai de Jong-un.

“Prova de lealdade”

Com o resultado de 100 por cento, as eleições demonstraram “a expressão do apoio total do povo e dos funcionários ao líder supremo”, salientou a agência oficial, “e uma prova da sua lealdade”.

Revelando que a participação foi de 100 por cento, a KNCA não adiantou os resultados referentes a qualquer outra circunscrição.

A função da Assembleia do Povo, que reúne uma ou duas vezes por ano, é validar as decisões tomadas pelo Partido dos Trabalhadores.

As eleições servem ainda como operação censitária: todas as residências são visitadas, por elementos ligados ao processo, para confirmar ou alterar os registos eleitorais.

Os especialistas internacionais acrescentam que a lista de candidatos, indicados pelo Partido dos Trabalhadores da Coreia, serve ainda para apurar as mudanças no interior do aparelho, nomeadamente com promoções ou exclusões.