O Estado Islâmico está a roubar órgãos dos reféns que mata, como forma de financiar as atividades de guerra no Médio Oriente. A denúncia é do embaixador do Iraque na ONU, que referiu ainda o assassinato de 12 médicos, iraquianos, por se recusarem a extrair os órgãos.

Depois das decapitações e da queima de pessoas, o Estado Islâmico (ISIS, na sigla internacional) está a realizar tráfico de órgãos.

A denúncia foi feita por Mohamed Alhakim, o embaixador do Iraque na ONU. De acordo com o diplomata, citado pelo The Telegraph, o tráfico de órgãos serve como fonte de financiamento da jihad.

A acusação não é nova, mas até ao momento nunca fora feita por alguém tão bem ‘colocado’ nas hierarquias institucionais.

A ONU, que já tinha conhecimento não oficial, vai apurar a veracidade da denúncia. Nickolay Mladenov, o enviado especial para o Iraque, recusou-se a dar uma “resposta precipitada” às declarações de Alhakim.

“Não posso falar sobre o assunto até que seja feita uma investigação detalhada sobre o problema”, reforçou o enviado da ONU, assegurando que os documentos citados pelo embaixador iraquiano aquando da denúncia foram também entregues às Nações Unidas.

Segundo a denúncia de Mohamed Alhakim, o tráfico de órgãos esteve na origem do assassinato de 12 médicos iraquianos em Mosul, no norte do país.

Os clínicos terão sido executados após rejeitarem as ordens para colherem os órgãos de cadáveres.

Várias organizações têm encontrado vários corpos, em valas comuns, aos quais faltam certos órgãos, o que tem sido analisado como mais uma prova do tráfico realizado pelo ISIS.