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“Crianças continuam a tourear nas barbas das autoridades”

A Plataforma Basta de Touradas alertou as autoridades portuguesas para um evento na praça de touros da Moita, no dia 8 de fevereiro, durante uma “aula prática de toureio” que contou com a participação de “várias crianças menores de 16 anos, toureando animais de raça brava, incluindo um episódio inaceitável de um adulto a tourear com uma criança ao colo”.

Segundo aquela plataforma, o evento tinha sido previamente denunciado à Inspeção Geral das Atividades Culturais por não estar devidamente licenciado ao abrigo do Regulamento do Espetáculo Tauromáquico e à Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) “por existir o risco de incluir a participação de crianças, como veio a acontecer, sem que as autoridades o impedissem”.

“Mais uma vez as autoridades portuguesas ignoraram os alertas, permitindo que o evento tivesse decorrido com toda a ‘normalidade’ em clara violação da lei, não só a que regula os espetáculos tauromáquicos mas também a legislação que protege as crianças deste tipo de riscos”, salienta a Plataforma Basta de Touradas, num comunicado enviado às redações.

A plataforma pede uma “atuação urgente e firme das autoridades no cumprimento da lei e na proteção de crianças”, estando “disposta a responsabilizar as autoridades portuguesas caso aconteça algum acidente mais grave e com consequências trágicas para as crianças vítimas deste tipo de violência”.

“Além da participação de crianças em espetáculos tauromáquicos ilegais, continua a ser permitida a entrada de crianças maiores de 3 anos nas touradas, expondo os menores de idade a episódios de violência extrema (com feridos graves e até mortes) além da constante presença de crianças nas trincheiras das praças de touros, onde o risco é maior pelo perigo de investidas dos touros, como aconteceu recentemente na praça de touros da Moita”, aponta a mesma nota.

Os episódios de acidentes envolvendo crianças em eventos tauromáquicos “são escondidos da opinião pública pelos promotores e pela própria imprensa tauromáquica, conscientes dos efeitos negativos que os acidentes que vitimam crianças têm para a atividade”.

“A Plataforma aproveita para chamar a atenção para a desesperada iniciativa da indústria tauromáquica de cativar crianças para dentro das praças de touros, com a oferta de bilhetes para o festival tauromáquico do próximo dia 29 de fevereiro na praça de touros do Campo Pequeno ou a oferta de bilhetes para crianças menores de 10 em Santarém, apesar dos espetáculos tauromáquicos estarem classificados para ‘maiores de 12 anos’”, concluiu o comunicado.

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