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Costuma lavar o frango quando o cozinha? Não o deve fazer nem precisa

frango lavar Sabia que lavar o frango cru aumenta os riscos de intoxicação alimentar? O alerta é da Food Standards Agency (FSA), agência de segurança alimentar britânica, que explica o aparente paradoxo com uma razão óbvia: lavar o frango espalha a bactéria Campylobacter, que morre no processo de cozedura ou assadura. Sim, a lavagem do frango é totalmente desnecessária e perigosa.

Lavar o frango antes de o cozinhar é um processo natural e quase instintivo. Mas segundo um estudo da FSA deve ser evitado.

As razões são óbvias: a lavagem do frango provoca a disseminação da bactéria Campylobacter pelas mãos, pelas roupas e também pelos utensílios que são usados na lavagem. E ainda nas diversas superfícies de cozinha.

Assim, uma bactéria que morre no processo de cozedura ou assadura acaba por ser espalhada, o que aumenta os perigos de intoxicação alimentar, sendo que a intoxicação provocada pela Campylobacter é a mais comum na Grã-Bretanha.

Entre os diversos sintomas provocado por esta bactéria presente nas aves – e, em caso de lavagem das mesmas, em diversos utensílios e locais da cozinha – estão a diarreia, as dores de estômago, as cólicas, a febre e mal-estar, segundo resume a Food Standards Agency.

Não obstante na maioria dos casos a contaminação provocar problemas de saúde temporários, a verdade é que aquela bactéria pode ainda ser responsável por doenças como o síndrome do intestino e a síndrome de Guillain-Barre, doença do sistema nervoso considerada grave.

Em casos extremos, a Campylobacter pode ser fatal, sobretudo em crianças e em idosos, cujas defesas do organismo são menores.

Ann Edwards, britânica que ficou paralisada devido à infeção da bactéria, conta à BBC a sua experiência. “Senti-me mal e tive uma diarreia muito forte, que durou mais de uma semana. Fui ao hospital e a partir daí fiquei totalmente paralisada. O meu sistema imunitário teve uma reação à bactéria, o que afetou os meus nervos”, revela.

Edwards apenas recuperou parcialmente dos problemas de saúde provocados pela Campylobacter, mas algo perdeu para sempre: o emprego. As limitações físicas com as quais vai ter de viver “mudaram completamente” a sua vida.

Segundo a FSA, que auscultou 4500 adultos por via-online, na Grã-Bretanha, cerca de 44 por cento dos entrevistados revela que tem por hábito lavar os frangos antes de os cozinhar.

Por outro lado, por ano, há quase 300 mil pessoas apenas na Grã-Bretanha que são infetadas pela bactéria Campylobacter. Apenas um terço sabia de que as aves são uma das principais fontes de bactérias.

Os entrevistados da FSA acreditam que ao lavar o frango estão a remover as suas bactérias, mas, na verdade, estão a multiplicá-las, quando o processo de eliminação se faria de forma natural, quando os cozinham.

Todos os anos, na Grã-Bretanha, há um custo de centenas de milhões de libras com problemas relacionados com esta bactéria Campylobacter, destaca a presidente-executiva da FSA, Catherine Brown. Este número prevê tratamentos e também faltas ao trabalho.

Costuma lavar o frango? É melhor pensar duas vezes e ter os resultados deste estudo em consideração.

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