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Costa Concordia: Comandante Schettino responsabiliza timoneiro que “não cumpriu ordens”

costa concordiaFrancesco Schettino, o comandante do Costa Concordia, defendeu em tribunal que o navio naufragou porque o timoneiro, o indonésio Jacob Rusli Bin, “não cumpriu as ordens corretamente” e “navegou na direção errada”.

A responsabilidade pelo naufrágio do Costa Concordia, do qual resultaram 32 mortos, foi do timoneiro, acusou hoje Francesco Schettino. O comandante do navio, que está a ser julgado em Grosseto por homicídio por negligência e abandono do navio, responsabilizou o indonésio Jacob Rusli Bin pelo sucedido: “eu queria abrandar o navio, mas o timoneiro não cumpriu as minhas ordens corretamente”.

“Ele navegou na direção errada e chocámos”, reforçou Schettino, salientando que esse “erro” de Rusli Bin provocou um atraso fatal na alteração da rota: “se não fosse o atraso e o erro, o navio teria parado”.

A versão do comandante é a oposta do almirante Giuseppe Cavo Dragone, ouvido pelo tribunal como um dos peritos que investigou o acidente. “O timoneiro atrasou-se 13 segundos a cumprir a ordem”, admitiu Dragone, “mas o impacto teria acontecido de qualquer maneira”. Isto porque Schettino, de acordo com a acusação, navegava demasiado depressa e próximo da costa de Giglio, uma ilha ao largo da Toscânia.

O timoneiro é um dos cinco condenados à prisão pelo acidente de 13 de janeiro de 2012, cujas penas estão suspensas pela duração inferior a três anos.

A defesa de Schettino pretende agora inspeções a bordo, agora possíveis depois do paquete ter sido erguido sobre uma plataforma, para averiguar a existência de problemas técnicos. “É agora possível fazer uma inspeção a bordo do Concordia. Partes do navio estão agora acima do nível da água e esse trabalho pode ser feito”, alegou o advogado Francesco Pepe.

Na base deste pedido estão alguns relatos que apontavam para a falha nos mecanismos de segurança do navio. “Só poderemos descobrir a verdade e compreender o que se passou depois de uma nova inspeção de aparelhos como geradores de emergência, portas estanques e lanchas salva-vidas”, reforçou Pepe.

Marco De Luca, advogado da empresa dona do cruzeiro, lembrou a avaliação “exaustiva” feita pouco antes do início do julgamento.

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