O primeiro é a quantidade de ossos no pescoço. Enquanto o homem, como a generalidade dos mamíferos, tem sete vértebras cervicais, a coruja tem 14, proporcionando uma maior base de sustentação para o movimento do pescoço.
Em seguida, os cientistas relatam o posicionamento da carótida no centro do pescoço, próxima da espinha (nos humanos está mais de lado), o que causa menos danos às artérias.
E é precisamente nas artérias que está o grande segredo das corujas e o principal fator biológico para a rotação do pescoço. Quer as artérias vertebrais, localizadas no interior dos ossos, quer as existentes na base da cabeça têm maior capacidade, funcionando como ‘baías’ de sangue.
A capacidade destas artérias incharem com um aumento do fluxo de sangue permite que, mesmo no caso da coruja ter de rodar subitamente a cabeça, haja sempre uma irrigação do cérebro e dos olhos.
“Os resultados da investigação comprovam que as adaptações morfológicas são necessárias para os movimentos de cabeça”, explicou o neuroradiologista Philippe Gaillourd, autor principal do estudo já publicado na revista Science.