Economia

“Corremos o risco” do desemprego se tornar “estrutural”, alerta Teixeira dos Santos

teixeira santosEm dois dias seguidos, dois alertas de Teixeira dos Santos. Depois de ontem ter avisado que o desemprego se pode transformar num problema “estrutural”, o antigo ministro das Finanças afiançou hoje que Portugal pode ser obrigado à “reestruturação da dívida”.

O ‘pai’ do memorando de entendimento com a troika, Teixeira dos Santos, ressurgiu publicamente para deixar dois alertas, ontem e hoje. Primeiro, num colóquio sobre Portugal e a Europa, alertou para o perigo do elevado desemprego se transformar num problema “estrutural” da economia portuguesa; hoje, em entrevista ao Diário Económico, avisou para “o elevado risco” de Portugal ter de reestruturar a dívida.

“Corremos aqui o risco de que muito deste desemprego se transforme em desemprego estrutural, que vai subsistir mesmo havendo retoma da atividade económica”, afirmou o antigo ministro das Finanças, comentando a possibilidade de, mesmo com um cenário de retoma, a economia portuguesa não ser capaz de gerar postos de trabalho.

Não se pode, “de forma alguma, ignorar” o aumento da taxa de desemprego estrutural (mão de obra sem trabalho quando uma economia está no máximo do potencial), que em duas décadas duplicou, subindo de 5,5 por cento para 11,8 por cento. O aumento do desemprego de longa duração, “ligeiramente mais intenso do que o aumento geral do desemprego”, pode gerar um “problema social sério”, acrescentou Teixeira dos Santos.

Hoje, o ministro que negociou o programa de assistência económica e financeira, em nome do Governo de José Sócrates, é a entrevista em destaque no Diário Económico, na qual considera que o perigo de uma eventual falha das metas orçamentais em 2013 é a necessidade de reestruturar a dívida: “se Portugal sentir no próximo ano problemas em atingir as metas orçamentais, tal como aconteceu em 2012, é elevado o risco de que surjam vozes (internas e externas) a defender e a pressionar o País para proceder a uma reestruturação da dívida”.

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