Os bispos devem apelar à “coragem e serenidade” nestes tempos em que “o desemprego e a austeridade” fazem algumas famílias “perder a esperança”. Esta é a principal conclusão da Conferência Episcopal Portuguesa, no início da Assembleia Plenária.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) vai estar reunida, até quinta-feira, em Assembleia Plenária. O encontro começou por hierarquizar a missão dos bispos em tempos de “desemprego e austeridade”, como referiu o presidente, José Policarpo: “estamos reunidos num momento particularmente exigente e difícil para muitos dos nossos diocesanos, de um modo especial para as famílias onde o desemprego e a austeridade exigida trouxeram sofrimento e, por vezes, fizeram perder a esperança”.
Perante a falta de “esperança” dos diocesanos, a resposta dos bispos tem de passar pelo apelo à “coragem e serenidade” de toda a comunidade, pois só unidos será possível chegar à “principal resposta à crise”.
“Não é uma comunidade nacional dividida, mas solidária, que poderá enfrentar estes tempos difíceis”, lembrou José Policarpo, referindo que “o egoísmo e o individualismo não levam à solução dos problemas”. O também patriarca de Lisboa aproveitou para ‘corrigir’ declarações recentes (afirmara que as manifestações eram “uma corrosão da harmonia democrática e da Constituição”) e sublinhou que a Igreja respeita as “liberdades constitucionais e jurídicas, como o direito a manifestar-se e a fazer greve”, mas que só podem ter como motivo a “preocupação do bem-comum”.
Apelando às famílias que podem para serem “solidárias com as famílias que precisam”, o presidente da CEP lembrou que os católicos devem ser um “fermento da esperança”, tanto mais que “as dificuldades e os sofrimentos” podem representar “oportunidades de evangelização”.
A Assembleia Plenária vai decorrer até dia 15 e, entre outros tópicos, vai apresentar um inquérito sobre “atitudes e representações da sociedade portuguesa face à Igreja”.
