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Condenada à morte, sudanesa dá à luz e espera dois anos pela forca

mariam 210mariamA sudanesa que foi condenada à morte, pela recusa em renunciar à fé cristã, deu à luz na prisão de Cartum. A gravidez levara o tribunal a suspender a sentença: agora, Mariam Yahya Ibrahim tem direito a dois anos para criar o bebé, cumprindo-se depois o enforcamento.

A Mariam Yahya Ibrahim restam dois anos de vida, depois de na madrugada de hoje ter dado à luz, numa prisão de Cartum, no Sudão.

A mulher de 27 anos fora condenada, a 15 de maio, à pena de morte por enforcamento. O motivo? Recusara renunciar à fé cristã, num país que é regido desde 1983 pela lei islâmica, a ‘sharia’.

Para além do crime de apostasia, foi também condenada a 100 chicotadas por adultério: vivia em união com um homem que não é muçulmana.

Desde a altura em que foi acusada que Mariam Yahya Ibrahim recusou renegar a fé cristã. O tribunal mandou-a para a prisão, juntamente com um filho de 20 meses, enquanto aguardava pelo parto da segunda criança.

Esta, uma menina, nasceu na madrugada de hoje, dando início ao prazo de dois anos para a mãe cuidar do recém-nascido. Findo esse período, cumpre-se a sentença de morte por enforcamento.

O caso tem merecido a “profunda preocupação” de vários países (como EUA, Reino Unido, Canadá e Holanda, que emitiram um comunicado conjunto) e organizações de defesa dos direitos humanos.

Na referida nota, os países signatários evocaram o “direito à liberdade de religião”, a qual não é reconhecida pelo Sudão.

A Amnistia Internacional (AI) adiantou que as autoridades sudanesas recusaram ao marido e ao advogado da condenada o acesso à prisão, pelo que não são conhecidas as condições de detenção da mãe e do bebé.

“O Governo sudanês tem de garantir a sua segurança e a segurança das crianças, incluindo a recém-nascida”, sustentou o  ativista Manar Idriss, citado pelo The Guardian.

Uma petição pela libertação de Ibrahim, lançada pela AI, recolheu mais de 700 mil assinaturas em todo o mundo.

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