Uma equipa de cientistas da Universidade de Oxford (Inglaterra) conseguiu que ratos de laboratório recuperassem a visão. A técnica consistiu no enxerto de células sensíveis à luz e provou que “é possível restaurar todas as ligações após o transplante”, como resumiu Robert MacLaren.
É uma luz ao fundo do túnel para os cegos: uma equipa de cientistas da Universidade de Oxford, em Inglaterra, conseguiu recuperar a visão de ratos de laboratório. O procedimento baseou-se na injeção de células sensíveis à luz que reconstruíram a camada sensível à luz que o roedor não tinha.
“Recriámos toda a estrutura e, basicamente, esta é a prova de que é possível enxertar num ratinho totalmente cego as células em causa e reconstruir toda uma camada sensível à luz”, resumiu Robert MacLaren, um dos investigadores do estudo já publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.
Após o enxerto de células precursoras (primitivas e indiferenciadas) em ratos que não tinham qualquer célula fotorrecetora, formou-se uma retina em cerca de duas semanas. Dez dos 12 roedores injetados demonstraram, através da reação da retina à luz, que os estímulos luminosos não apenas são captados como são transmitidos pelo nervo ótico ao cérebro.
“As células que são sensíveis à luz têm uma estrutura altamente complexa e nós observámos que podem recuperar as funções e ainda que é possível restaurar todas as ligações após o transplante, mesmo quando os animais são totalmente cegos”, complementou Robert MacLaren.
O investigador acrescentou ainda que “outros ensaios clínicos anteriores com células estaminais já tinham comprovado que é possível substituir a camada pigmentar da retina”, enquanto este “demonstrou que a camada sensível à luz também pode ser substituída com um procedimento semelhante”.
O próximo passo é adaptar a técnica ao organismo humano, o que poderá acontecer com base nas células estaminais pluripotentes (as que são geradas a partir das próprias células do paciente), permitindo que se transformem em células precursoras das células da retina. Falta agora “encontrar uma fonte confiável, nos pacientes, que possa fornecer-nos as células estaminais para utilização nestes transplantes”, argumentou o investigador britânico.