Uma jornalista chinesa foi hoje detida sob suspeita de ter passado segredos de Estado a contactos no exterior. Gao Yu, de 70 anos, terá enviado para um site na internet uma cópia de um documento classificado pela China como altamente confidencial.

A China anunciou, hoje, a detenção de uma conhecida jornalista sob a acusação de ter obtido ilegalmente um documento classificado como altamente confidencial e de ter enviado uma cópia do mesmo para um site na internet.

O mesmo documento, segundo a agência estatal chinesa de notícias, foi depois amplamente copiado noutros fóruns.

A polícia de Pequim revelou, através de uma conta de microblogue, que Gao Yu, de 70 anos, encontra-se em “prisão preventiva, acusada de ter transmitido segredos de Estado a fontes de fora da China”.

A detenção ocorre numa altura de pressão sobre ativistas dos Direitos Humanos, uma vez que se aproxima o 25.º aniversário da repressão na Praça de Tiananmen.

Gao Yu foi hoje entrevistada na televisão estatal para realizar uma confissão pública, algo considerado “comum” pela Repórteres Sem Fronteiras.

“A detenção de opositores e de ex-líderes desta manifestação, assim como de vozes dissidentes, é comum nesta época do ano”, salientou a organização, em comunicado.

Na confissão televisiva, a antiga chefe de redação da revista Economics Weekly admitiu seus erros: “suponho que sou responsável por ações contra a lei e contra os interesses do país”.

“Cometi um grande erro”, confessou Gao Yu: “admito a minha culpa e aprendi com esta experiência, de maneira honesta e sincera”.

A prisão não é uma novidade para esta jornalista: em 1993 foi condenada a seis anos pelo mesmo crime, a divulgação de segredos de Estado.