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CGTP recusa “obsessão pela redução do défice” à custa dos direitos dos trabalhadores

O secretário–geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) avisou hoje que não aceita que a “obsessão pela redução do défice e da dívida” se sobreponha aos direitos dos trabalhadores e exigiu aumento dos salários em 2019.

“Até ao final deste mês, o Governo vai ter de entregar em Bruxelas o Programa de Estabilidade e a CGTP não aceita que, a pretexto da obsessão pela redução do défice e da dívida, (…) mais uma vez os números sejam privilegiados à custa dos direitos dos trabalhadores e das suas famílias”, declarou Arménio Carlos, que falava aos jornalistas na sede da confederação, em Lisboa, após uma reunião do conselho nacional.

Entre outras medidas, o líder da CGTP vincou que, “neste momento, se justifica que o Governo assuma desde já, na entrega deste documento, o compromisso de introduzir o aumento dos salários para todos os trabalhadores do setor público no próximo Orçamento do Estado de 2019”.

“Não é só um dever, é uma obrigação que o Governo tem perante os seus trabalhadores e, simultaneamente, um exemplo que pode e deve dar para que a iniciativa privada assuma essas mesmas atualizações no quadro da negociação da contratação coletiva”, notou.

Segundo noticiam hoje o Eco e o Jornal de Negócios, o Governo já iniciou as reuniões com os parceiros parlamentares sobre o Programa de Estabilidade (PE), apresentando novas estimativas para este ano: um défice orçamental de 0,7% do PIB e um crescimento económico de 2,3%.

No Orçamento do Estado para 2018, o executivo previa um défice orçamental de 1,1% do PIB (com o impacto de 0,1 pontos das medidas de apoio e resposta aos incêndios do ano passado) e um crescimento económico de 2,2%.

A Lusa tentou confirmar estas novas previsões, mas até ao momento não foi possível.

Na conferência de imprensa, Arménio Carlos assinalou também que o Governo, “ao aproximarem-se das eleições de 2019, está eventualmente a tentar captar votos ao centro, evitando por esta via resolver os problemas, quer dos salários, quer da legislação laboral”.

“Isto, a manter-se, irá inevitavelmente originar o aumento da contestação, do descontentamento e da luta dos trabalhadores”, avisou o responsável.

Por essa razão, “é bom que o Governo neste momento pondere, reflita e tenha um comportamento diferente daquele que tem manifestado nos últimos tempos, ou seja, de abertura e de concretização de um conjunto de compromissos e de expectativas que abriu, quer no que respeita à melhoria das condições de vida dos trabalhadores e da população, quer também no que respeita à revogação das normas gravosas da legislação do trabalho”, alertou ainda Arménio Carlos.

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