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Cavaco transmite medo do futuro numa mensagem de ano novo pouco otimista

cavaco_silva2As palavras de Cavaco Silva na mensagem de ano novo serviram de recado ao Governo, mas mereceram críticas do PCP. Mais receoso do que otimista, o Presidente da República teme uma “situação social insustentável” e aponta no sentido de uma agenda que privilegie o “emprego e crescimento”.

A mensagem de Cavaco Silva para 2012 foi uma análise ao presente, uma tentativa de antecipação do novo ano e uma série de conselhos ao Governo, a quem é pedida uma “agenda que privilegie o emprego e o crescimento”, algo que Cavaco não vislumbra, nas opções políticas atuais.

O Presidente da República antevê que “as dificuldades sejam maiores”, no novo ano, pelo que se exigem medidas que travem um cenário de insustentabilidade social. “As previsões oficiais apontam para uma queda da produção nacional e para o aumento do desemprego”, lembrou.

“Podemos dizer que a resolução dos desafios que Portugal enfrenta exige, além do rigor orçamental, uma agenda orientada para o crescimento da economia e para o emprego. Sem isso, a situação social poderá tornar-se insustentável”, sublinhou Cavaco Silva.

A paz social deve ser a base da discussão e aplicação de medidas. Nesse sentido, pede-se “um diálogo frutuoso com os parceiros sociais, sobre as medidas dirigidas para a competitividade das empresas”.

Só assim, segundo Cavaco Silva, será possível “reduzir a conflitualidade, as tensões, e criar um clima social mais favorável ao aumento da produção nacional, ao investimento e ao combate ao desemprego”.

Aqui, Cavaco Silva falou para todos os agentes políticos: “De todos os participantes na concertação social, espera-se uma abertura genuína ao compromisso”.

A reação à mensagem de ano novo provocou reações. PCP foi duro para com a mensagem de Cavaco Silva – que mereceu a concordância de PSD, PS e CDS.

Segundo o comunista Jorge Pires, Cavaco é “um homem altamente comprometido com a situação social do país”, quer “como Presidente da Republica, quer nos 10 anos que exerceu como primeiro-ministro”.

“Não basta fazer apelos a uma agenda para o crescimento económico e emprego e depois promulgar um Orçamento de Estado que é todo ele um instrumento que vai aumentar recessão e aumento do desemprego”, realçou Jorge Pires.

O PS analisou a mensagem do Presidente da República como um reparo ao Governo, que, segundo os socialistas, está a descurar, precisamente, o crescimento, o emprego e a coesão social.

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