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Cavaco espera que troika reconheça que “acordo assinado não é perfeito”

cavacosilva4Cavaco Silva, Presidente da República, aconselha cuidado com as palavras e pede que não se fale em “negociação” do acordo com a troika. Cavaco afasta do dicionário essa expressão por entender que “coloca em causa a imagem de Portugal no exterior”. Mas o chefe de Estado lembra a troika que o acordo negociado há um ano “não é perfeito” e deve ser reajustado, em consonância com as voláteis perspetivas de crescimento.

O Presidente da República considera que o programa rubricado com a troika não deve ser “negociado” e aconselha a que essa palavra nem sequer seja utilizada pelo Governo português, ou pelos líderes dos partidos da oposição. No entanto, Cavaco Silva faz um pedido à troika.

“Eu espero que a troika reconheça que tudo o que foi negociado há um ano não é algo perfeito, algo que não possa ser alterado. No entanto, Portugal não deve usar a palavra negociação, porque isso colocaria em causa a imagem do País no exterior”, afirmou o chefe de Estado, que hoje participou na sexta sessão dos Roteiros da Juventude.

Cavaco Silva considera que eventuais alterações ao memorando de entendimento rubricado com a troika devem ser consideradas como “perfeitamente normais”, desde que se verifique que se “alteraram pressupostos”, ou o cenário de crescimento na União Europeia.

O Presidente da República fazia uma referência precisamente ao recuo da economia, com as perspetivas de recessão para 2012 a aumentarem, num recuo de 3,3 por cento do PIB (mais 0,3 por cento do que as previsões de novembro.

No entanto, a ideia de prolongar no tempo o programa de assistência – como defende, por exemplo, o líder do PS, António José Seguro – não encontra eco no chefe de Estado. “A extensão do programa, neste momento, não está sobre a mesa”, sublinha. No entanto, Cavaco admite “alterações de alguns termos” do memorando.

Cavaco Silva promoveu hoje mais uma jornada dos Roteiros da Juventude, no Porto, Oliveira de Azeméis e São João da Madeira. Num momento em que perde popularidade e é alvo de crítica pelas declarações relativas aos seus rendimentos, Cavaco enfrentou de novo a voz dos cidadãos.

A sexta jornada destes roteiros retirou Cavaco Silva dos gabinetes de Belém. O chefe de Estado vai estar dois dias na cidade do Porto, onde discutirá o empreendedorismo e casos de sucesso no tecido empresarial.

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